Menu
Viva

Ópera de Budapeste comemora 125 temporadas como eixo cultural e político

Arquivo Geral

28/06/2010 9h32

A Ópera de Budapeste encerra na segunda-feira com um fim de festa espetacular a 125 temporada de sua história, após um ano musical que procurou lembrar a importância desta instituição não só na cultura, mas também na política nacional.

A cerimônia de encerramento desta temporada histórica terá como protagonista o famoso tenor americano Thomas Hampson, acompanhado pelos ganhadores do Operalia 2009, o concurso caça-talentos musicais criado pelo cantor e diretor espanhol Plácido Domingo.

Assim, Ángel Blue, Alexey Kudrya e Julia Novikova, acompanhados de vários artistas, interpretarão obras de Bernstein, Bizet, Delibes, Rossini e Verdi.

O espetáculo poderá ser seguido ao vivo pelos inúmeros turistas que passeiam pelas imediações do edifício neorenascentista graças às telas colocadas nos arredores da Ópera.

O começo da temporada, em outubro, foi marcado por um recital que reproduziu exatamente o programa interpretado no dia 27 de outubro de 1884, quando o edifício foi inaugurado.

Conhecida como “Operaház” e “Casa da Ópera”, o local surgiu para dar um lar à “ópera nacional”, nascida no começo do século XIX como fenômeno cultural e como arma de reivindicação da autonomia e resistência húngaras frente ao domínio da Áustria dos Habsburgo.

Este nova corrente recorreu ao idioma húngaro para criar óperas focadas em eventos e grandes personagens da história nacional.

Apesar seu desinteresse pelo projeto, o imperador Francisco José I apoiou a construção do edifício com a condição de que não fosse maior que a Ópera de Viena.

“Não se construiu uma ópera maior, mas sim uma mais bonita”, assegurou à Agência Efe Márton Karczag, documentalista da Ópera de Budapeste.

Karczag explicou que hoje em dia os dois edifícios não podem ser comparados, já que durante a Segunda Guerra Mundial a de Viena foi destruída pelos bombardeios e depois reconstruída, enquanto a de Budapeste ficou intacta.

A Ópera de Budapeste, a mais moderna da Europa quando inaugurada, sofreu várias remodelações ao longo de sua história, mas elas não chegaram a afetar à estrutura original.

Frente ao palco foi criado o camarote real, hoje usado pelas mais altas autoridades húngaras e estrangeiras. Ele já foi ocupado em algumas ocasiões pela imperatriz Sissi.

Durante a ditadura comunista, a ópera foi um dos elementos essenciais da propaganda política.

Desde 1960 aumentou ao apoio oficial à ópera e se abriu a porta à troca cultural com outros países do bloco comunista.

Além disso, um certo relaxamento do autoritarismo, conhecido como a “ditabranda”, pôs a Hungria na moda entre os artistas ocidentais.

Foi nessa época que figuras como José Carreras e Montserrat Caballé atuaram na Ópera de Budapeste.

Após a queda da Cortina de Ferro, a Ópera voltou a acolher os tradicionais bailes da época da corte dos Habsburgo.

Desde então, entre os convidados de honra do baile figuraram pessoas famosas como as atrizes Catherine Deneuve, Ornella Muti e Gina Lollobrigida.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado