Jéssica Antunes
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O primeiro jogo eliminatório no Estádio Nacional Mané Garrincha não terá grande público. Pela terceira vez na Olimpíada na capital, todos os torcedores assistirão a Estados Unidos e Suécia da arquibancada inferior. As outras duas ocasiões foram na terça-feira, nas partidas entre Canadá e Alemanha e China e Suécia. A medida é adotada para dar a impressão de lotação, apesar da baixa procura de ingressos para o futebol feminino. Ambas as nações em campo têm tradição na modalidade praticada por mulheres. Apenas a seleção vencedora seguirá em busca do pódio olímpico e, se depender dos brasileiros, será a equipe sueca. Parece que ninguém esqueceu a polêmica com a goleira dos EUA.
“Nossa seleção feminina é mais forte que a masculina. Elas tem três estrelas acima do escudo. Eles, nenhuma”, ponderou David Kerr, 46 anos, estadunidense que mora há dez anos em Brasília. A expectativa é de vitória pela tradição do atual campeão olímpico e mundial. Com a família, ele espera ver uma boa partida.
A goleira estadunidense Hope Solo, ao desembarcar no Brasil, se envolveu em uma polêmica. Ironizando as notícias em relação ao Zika Vírus, postou uma foto com forte proteção e excesso de repelente. Para David Kerr, quem não conhece o Brasil acaba se envolvendo em polêmicas infundadas. “As redes não sabem bem o que acontece e não ouvem o lado dos brasileiros”, explicou.
Essa atitude, porém, determinou o lado dos torcedores no estádio. Ao som de “olé olé olé olá zika zika”, a equipe dos EUA trocam passes no campo machucado do Mané Garrincha. São as suecas quem têm o apoio da arquibancada.
“Os EUA já eliminaram o Brasil de forma trágica. Hoje, torço pela Suécia. É bom ver ao vivo uma partida feminina, já que sempre acompanho pela TV”, valorizou o pastor Eri Nunes, morador de Sobradinho de 59 anos.
Com uma placa com a bandeira sueca em mãos com uma frase escrita na língua estrangeira, o servidor público Dirceu Starling, 32 anos, revela que dará todo o apoio à equipe europeia. “Também acho elas (as jogadoras) muito bonitas”, valorizou. Em relação à frase, ele não soube traduzir: “Olhei no Google Tradutor”.
Fanática prefere Suécia
Mariza Guimarães da Silva já apareceu no Jornal de Brasília. Amante do futebol e nacionalista, enfeitou sua casa para acompanhar os Jogos Olímpicos. No Mané Garrincha, disse que torce por uma partida bonita. Espera, porém, que a Suécia passe de fase. “As atletas dos EUA são muito preparadas. Não que as outras não sejam, mas prefiro que nossas meninas do futebol peguem a Suécia”, afirmou. Sobre Hope Solo, acha que realmente deve se preparar, mas “tomara que não pegue zika, só frango”.
O coração, porém, está em Minas Gerais, onde Marta e companhia lutarão pela permanecia na competição com a seleção australiana às 22h. “São as mulheres quem estão salvando o Brasil na Olimpíada. Só com garra e determinação conseguiremos ser campeões”, avisou.