THIAGO ARANTES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A seleção brasileira saiu do amistoso contra Senegal com uma base pronta para a Copa do Mundo.
Mesmo sete meses antes do torneio, Carlo Ancelotti tem o desenho de um time titular, com ao menos nove nomes consolidados. Um desenho que foi testado -e aprovado- no Emirates Stadium, em Londres, no sábado.
Havia dois testes principais diante dos senegaleses: a entrada de Éder Militão na lateral-direita e a consolidação do sistema com quatro jogadores ofensivos (e sem centroavantes), que já funcionara nos 5 a 0 diante da Coreia do Sul, em outubro. Ambos foram aprovados.
Militão cumpriu a tarefa de ser um pilar defensivo a mais quando o time não tinha a bola e também se apresentou como opção na frente. Ele até levantou a torcida dando um chapéu em um adversário, ainda no primeiro tempo. Nos últimos lances da etapa inicial, ele ainda bloqueou um chute que tinha endereço certo.
“O Militão está em uma condição espetacular, física e mentalmente. Creio que dois anos sem jogar o amadureceram muito no aspecto mental. Com essa atitude, ele pode jogar em todas as posições na defesa. Como lateral-direito, ele foi muito bem. A equipe estava muito sólida atrás e estamos satisfeitos com isso”, afirmou Ancelotti, em entrevista após a partida.
Base sólida
Com o zagueiro do Real Madrid na posição, restam apenas duas dúvidas no que seria o time titular para uma hipotética estreia no Mundial: a lateral-esquerda, que tem uma disputa aberta entre Alex Sandro e Douglas Santos; e uma posição no ataque, com a possível volta de Raphinha. Tanto o lateral do Zenit quanto o atacante do Barcelona estão machucados.
Há, ainda, uma mudança prevista no gol. Alisson é o titular de Ancelotti e, quando recuperado de lesão, ocupará a vaga que hoje foi de Ederson. Nos jogos na Ásia, em outubro, os titulares foram Bento e Hugo Souza.
Assim, a base de Ancelotti para iniciar o Mundial teria Alisson; Éder Militão, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Alex Sandro (ou Douglas Santos); Casemiro, Bruno Guimarães; Matheus Cunha, Estevão, Rodrygo (ou Raphinha, na vaga de um dos três) e Vini Jr.
“Creio que já tinha a espinha dorsal desde antes do jogo de hoje. Óbvio, pouco a pouco, como vamos chegando nos aproximando da Copa do Mundo, vamos tendo uma ideia mais clara. Como disse na data de outubro, que alguns testes acabaram, e agora seguimos com uma linha mais reta para chegar bem à Copa do Mundo”, resumiu o treinador.
Ataque funciona
O esquema com quatro jogadores ofensivos foi novamente testado e funcionou. A equipe foi a campo com Rodrygo aberto na esquerda, Estevão pela direita, Vini Jr. no comando do ataque e Matheus Cunha atuando como um segundo homem pelo corredor central.
O sistema -que foi chamado de 4-2-4, mas na prática era um 4-2-3-1- voltou a se destacar pelo dinamismo. Rodrygo e Vini, por exemplo, revezavam-se nas posições de ataque e nas tarefas defensivas.
Cunha e Estevão também se aproximavam e criavam linhas de passes com os colegas de ataque.
O bom desempenho acabou criando um “problema” para o treinador: onde colocar Raphinha, maior artilheiro pós-Copa de 2022, que está machucado e deve voltar ainda neste ano.
Em busca de reservas
Com o time titular praticamente consolidado, o foco agora é em encontrar opções para o banco de reservas. Depois desta Data Fifa, haverá apenas mais dois amistosos antes da convocação para a Copa do Mundo.
Os jogos serão em março, contra seleções europeias, já nos Estados Unidos. França e Croácia serão os adversários.
Diante da Tunísia, na terça-feira, a tendência é que Fabinho — um possível suplente para Casemiro -jogue parte do segundo tempo. Vitor Roque, convocado pela primeira vez com Ancelotti, também pode ter uma chance.
Ancelotti diz ter 18 nomes certos para a lista final da Copa do Mundo. Como a lista final tem 26 atletas, em tese há ainda oito vagas em disputa. A comissão técnica espera que, até os amistosos de março, a possível lista final esteja ainda mais consolidada.