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Futebol

Presidente do São Paulo elogia o time e faz duras críticas ao juiz

Arquivo Geral

14/07/2016 12h37

Divulgação/São Paulo

Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do São Paulo, concedeu uma entrevista coletiva após a eliminação do clube na Copa Libertadores com uma serenidade espantava e só não era maior que sua indignação com o árbitro chileno Patricio Polic depois da derrota por 2 x 1 para o Atlético Nacional, em Medellín, na Colômbia. O mandatário, além das duras críticas ao juiz, fez questão de ressaltar o quão ficou orgulhoso dos jogadores que tentaram colocar o Tricolor em mais uma final, mas acabaram sucumbindo em um confronto recheado de polêmicas.

“Um quadro vergonhoso. Uma arbitragem tendenciosa, toda ela voltada para não permitir que o São Paulo conseguisse um bom resultado. Hoje certamente nós não conseguiríamos a classificação em nenhuma hipótese. E eu quero ressaltar que a despeito do grande orgulho, da admiração que eu tenho por toda a equipe do São Paulo, pela forma digna e honrada que se houve na partida”, disse Leco, colocando a não marcação do pênalti em Hudson no primeiro tempo como ponto máximo do jogo.

“Nós jogamos contra um adversário de muita qualidade. Um adversário que teve uma conduta importante durante todo o jogo. Não deu um pontapé e não precisou, porque é uma equipe que sabe jogar futebol, mas só no momento que o jogo se desequilibrou em São Paulo e aqui é que lograram o resultado. E eu poucas vezes na vida vi um pênalti tão escandaloso, tão pênalti quanto aquele que nós sofremos no primeiro tempo. E virar com 2 x 1 é diferente”, reforçou.

O presidente são-paulino então fez questão de lembrar outra demonstração de força do atual elenco ainda nesta Libertadores e não poupou elogios aos jogadores, que mesmo desacreditados por boa parte da crítica e com muitos problemas internos, inclusive de desfalques, lutou pela vaga à final da competição continental.

“Esse time teve honra, teve grandeza, como teve no Independência, quando jogamos contra o Atlético-MG, quando fizemos o resultado aos 14 minutos do primeiro tempo e mantivemos até o final. Então, é um time de muita qualidade, é um time que tem o meu respeito e a minha admiração”, enalteceu, antes de voltar a criticar a arbitragem.

“E é muito triste que o trabalho sério de reconstrução que o São Paulo fez esse ano tenha sido atacado e afetado e atingido assim por uma arbitragem tão tendenciosa. E que repete, não de uma forma tão escandaloso, outros momentos que eu já me manifestei a respeito ao longo de toda a competição. É revoltante e triste nós passarmos por essa vergonha que nós vimos aqui”, concluiu Leco.

Perseguição e CBF

Ainda falando após o jogo desta quarta-feira (13), Leco foi questionado sobre uma reflexão mais ampla do que a derrota. E o presidente do São Paulo concordou com a ideia de que os clubes brasileiros, de uma forma geral, têm sofrido com a arbitragem seguidamente e estranhamente na Copa Libertadores da América.

“Isso é histórico. Isso nós temos visto. Eu posso falar pelo São Paulo, posso citar, se precisar, todos os momentos. Não vou fazê-lo agora, mas sei que o São Paulo foi sim, ao longo de toda a competição, prejudicado, como diversos prejudicados foram outros brasileiros. Talvez não queiram que o futebol brasileiro se afirme no cenário do continente”, opinou.

O dirigente só se sentiu incomodado quando teve de responder sobre a ausência de um representante da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para dar suporte aos seus afiliados em competições internacionais.

“Espero contar (com a CBF). Evidentemente que espero contar. A CBF é a entidade máxima do nosso futebol e ela está vendo o que passou aqui”, disse, evitando entrar em conflito com o presidente Marco Polo del Nero, que nunca mais saiu do país desde que passou a ser investigado pelo FBI.

“Certamente que (os clubes) estão por sua própria conta. Claro que seria importante, teria força, mas é um detalhe, um momento que nós estamos vivendo, infelizmente, sobre qual eu não quero fazer qualquer comentário”, encerrou.

REUTERS/John Vizcaino

REUTERS/John Vizcaino

Adeus a Calleri

O centroavante argentino Jonathan Calleri (foto) fez, nesta quarta-feira (13), seu último jogo com a camisa do São Paulo. Apesar de alguns ainda vislumbrarem a permanência do camisa 12 pelo menos até o fim do ano, o presidente Leco foi sincero ao afirmar que chegou a se despedir do atleta ainda no vestiário do estádio Atanasio Girardot, em Medellín, depois da derrota Tricolor por 2 x 1 para o Atlético Nacional, que findou a participação da equipe na Copa Libertadores da América.

“É muito possível, infelizmente (que Calleri saia). É muito triste, até porque ele, humildemente, no vestiário me abraçou e me pediu para levar a camisa dele. Claro que eu dei e ele ficou muito sensibilizado com isso”, contou o mandatário, já conformado com a situação, apesar de sua intenção em ficar com o atleta.

Calleri chegou ao São Paulo em fevereiro depois de deixar o Boca Juniors contra sua vontade. O jogador tinha contrato apenas até o fim de junho, mas prorrogou o acordo para poder disputar a reta final da Libertadores. Agora, com a queda são-paulina na semifinal, o centroavante deve acertar seguir sua carreira na Europa. Recentemente, Calleri e seu advogado foram ao Velho Continente para resolver algumas questões de documentação e a tendência é que a Internazionale de Milão, na Itália, seja a próxima equipe do argentino.

Com a camisa do Tricolor do Morumbi, Calleri fez 31 jogos: 14 pelo Campeonato Paulista, cinco pelo Campeonato Brasileiro e 12 pela Libertadores. Foram 16 gols marcados: nove pela competição continental, três no nacional por pontos corridos e quatro pelo Estadual. Agora, depois de se despedir com um gol nesta quarta, o jogador vai se apresentar à Seleção argentina para a disputa dos jogos olímpicos.

Reforços

Além de Calleri, Leco também já confessou que Paulo Henrique Ganso deve mesmo deixar o São Paulo para jogar no Sevilla. O anúncio oficial da transferência pode ocorrer a qualquer momento. Com isso, o clube sabe que precisa se reforçar e alguns nomes já estão em pauta, como Milton Caraglio, Buffarini e Gilberto, mas, por ora, o presidente Tricolor prefere não entrar em detalhes.

“O São Paulo está, sim, se organizando e planificando o restante da temporada, porque agora é o que nos resta, transferir para o Campeonato Brasileiro e para todos os certames que nós atuarmos toda a força e a dignidade que a equipe essa mostrou. Vamos reforçar, mas sobre reforços eu não quero falar agora. Não é o momento”, disse Leco.

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