Gabriel Lima
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Aos 35 anos, a vida de Victor Santana mudou bastante desde o último sábado. Ao derrubar o favorito Brasiliense, nos pênaltis, em pleno Mané Garrincha, e ser um dos responsáveis por levar o Sobradinho de volta ao título do Candangão depois de 31 temporadas de espera, o treinador agora carrega a responsabilidade de ser o técnico mais jovem campeão estadual de 2018.
E os feitos de Victor Santana não param por aí. O brasiliense entrou para história como o primeiro treinador nascido no Distrito Federal a levantar a taça do torneio local. De quebra, reviveu os momentos de glória vividos em 2003, quando era atacante do Gama. Agora, ele bate orgulhoso no peito ao dizer que conquistou o troféu tanto como jogador, quanto técnico.
Apesar da experiência como auxiliar técnico e professor nas escolinhas de futebol de Túlio Guerreiro, ex-volante de Botafogo, Goiás e Figueirense, Victor Santana não imaginava que teria a oportunidade de comandar um time profissional tão cedo. “Por mais que eu tenha 15 anos como jogador profissional, ser treinador é completamente diferente. Estar à frente da rapaziada é algo totalmente desafiador”, afirmou o técnico do Leão.
Na conversa com o Jornal de Brasília, Victor Santana fez questão de dizer que se inspira em técnicos consagrados, como o multi-campeão Muricy Ramalho, hoje comentarista de televisão, e treinadores da nova geração, como Fábio Carille, de 44 anos e que em apenas 15 meses de trabalho no Corinthians, já conquistou três taças: o bi do Paulistão (2017 e 2018), além do Brasileirão do ano passado. “Eu observo o jeito de cada um para tentar encaixar no nosso modo de trabalhar. Deu certo, mas ainda tenho muito conhecimento para adquirir”, explicou.
O início do Sobradinho no Candangão foi de encher os olhos. Nos cinco primeiros jogos, quatro vitórias, um empate, e a liderança da competição. Porém, o Leão da Serra caiu de produção e ficou três jogos sem vencer. “Nós tivemos uma reunião, pois não podíamos deixar a peteca cair. Foi aí que o grupo se fechou e as coisas começaram a acontecer”, lembra Victor Santana. No mata-mata, o alvinegro devolveu as três derrotas da competição, contra Real-DF (quartas de final), Ceilândia (semifinal) e Brasiliense (final).
Futuro
Mesmo com o título do Candangão, o Sobradinho não joga mais em 2018. O título local garantiu um calendário cheio, mas em 2019. E diante do bom trabalho à frente do Leão, Victor Santana deve seguir como comandante do alvinegro na próxima temporada. Além do estadual, o time terá pela frente a Copa do Brasil, a Copa Verde e a série D do Campeonato Brasileiro. “A gente vai sentar para conversar, ainda este mês, para já começarmos um planejamento bacana”, projetou.
Saiba Mais
O título de Victor Santana à frente do Sobradinho não esconde a sua inexperiência como técnico. Tanto que aos 35 anos, ele não tem o curso de treinadores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “Agora que o estadual acabou, eu vou fazer esse curso. É importante para buscar mais conhecimento e entender mais de cada coisa que envolve o futebol.
Para Victor Santana, o trabalho no Sobradinho deu certo por conta da parceria entre ele e o experiente Reinaldo Gueldini, um dos membros da comissão técnica do Leão.
Depois de Victor Santana (35), o técnico mais jovem campeão estadual é Ronielli Ribeiro, de 37 anos, e que levou o ABC ao título de campeão potiguar. Na sequência vem Igor Carlos de Souza (38), campeão amazonense com o Manaus. José Augusto Freitas e Leston Júnior, ambos com 39, levaram o Moto Club e o Botafogo-PB aos títulos maranhense e paraibano, respectivamente.
