Eric Zambon
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Após ter visto um único gol em quatro partidas de futebol masculino disputadas na capital, o torcedor brasiliense pode esperar por mais emoção para as partidas desta quarta-feira (10). Às 13h, a Argentina, do ex-atacante são-paulino Calleri, e Honduras se enfrentam por uma vaga nas quartas-de-final do torneio. Às 16h, o recordista olímpico de gols em um único jogo, com quatro, Erick Gutiérrez, tentará manter a boa fase para ajudar o México a se classificar diante da Coreia do Sul, responsável pela maior goleada até o momento: 8 a 0 sobre Fiji, na primeira rodada.
Os hermanos, que precisam vencer para avançarem na competição, têm o retrospecto de seu principal atacante a seu favor. Da última vez em que atuou no Mané Garrincha, em 19 de junho deste ano, Calleri marcou duas vezes, em partida válida pela 9a rodada do Campeonato Brasileiro, diante do Flamengo. Para o técnico Julio Olarticoechea, no entanto, não é a mística que vai ajudar o escrete argentino.
“Confio nos jogadores e eles têm demonstrado cada vez mais sua atitude (vencedora) dentro de campo”, destacou o treinador. Ele criticou a imprensa esportiva, por sempre considerar “o copo meio vazio” quando se trata de seleção argentina, mas admitiu que falta ritmo de jogo e entrosamento ao seu time. “Não há tempo de trabalho, nada praticamente”, lamentou, sobre a preparação de 15 dias antes de estrear no torneio.
O técnico de Honduras, Jorge Luis Pinto, enalteceu a força de seu grupo, que iniciou a competição surpreendendo a favorita Argélia com uma vitória por 3 a 2, mas criticou as condições de jogo, a ser disputado às 13h. “Não entendo porque fizeram isso. É ruim por ser horário de pico na cidade e pelo calor”, disparou. Ele ainda desmereceu os procedimentos de segurança do Comitê Olímpico Internacional para o deslocamento ao estádio – teria levado 50 minutos de um hotel à beira-lago até o Mané Garrincha, devido aos desvios no trajeto – e a rotina de viagens imposta pela competição.
Com as duas equipes necessitando de vitória para não saírem precocemente do torneio, dificilmente quem for ao estádio nesta tarde deixará de presenciar gols. O mesmo vale para o confronto seguinte, entre México e Coreia do Sul. Por mais que haja menos peso nas camisas, os dois times vêm de bons retrospectos olímpicos – os mexicanos são os atuais campeões enquanto os coreanos foram medalhistas de bronze em Londres 2012.
O México precisa da vitória para não depender de um tropeço da Alemanha contra a fraca seleção de Fiji. Por ter feito “apenas” 5 a 1 nos representantes da Oceania, os mexicanos não podem sequer empatar, pois têm menos saldo de gols que os asiáticos. O técnico Raul Gutiérrez comentou não existir lamento pelo resultado aquém do esperado na última rodada. “Basta que vençamos agora”, afirmou, sucinto.
Como dificuldade extra para o jogo, o treinador perdeu dois jogadores por lesão, entre eles, o algoz do Brasil na última Olimpíada, o atacante Oribe Peralta, autor de dois gols na final, em Wembley, contra a equipe então comandada por Mano Menezes. A responsabilidade para balançar as redes recai agora toda sobre os ombros de Erick Gutiérrez.
Os coreanos, que vêm de dois jogos consistentes, sendo o mais recente um empate em 3 a 3 com a forte seleção alemã, conta com mais uma tarde inspirada do meia Ryu Seung-Woo para seguirem vivos na competição.