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Saúde

Saiba como são testadas e criadas as vacinas contra o coronavírus

A vacina ChAdOx1 nCov-19, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, partiu de estudo realizados em 2012

Redação Jornal de Brasília

30/06/2020 12h55

Mais de 125 vacinas para combater o novo coronavírus estão sendo desenvolvidas e testadas em todo o mundo. O período de teste para cada imunizante é dividido em três fases. Percorrer todo esse percurso demora de quatro meses até um ano e meio. Atualmente, três vacinas se encontram na fase final de testagem. A mais promissora é a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford. O composto já está em solo brasileiro para ser testado em 5 mil pacientes.

A vacina ChAdOx1 nCov-19, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, partiu de estudo realizados em 2012, quando o Oriente Médio já havia vivenciado um surto de Síndrome Respiratória Aguda e Síndrome Respiratória que também foi causado por um coronavírus.

Em entrevista cedida ao R7, Adilson Westheimer, infectologista e coordenador do Departamento Científico de Infectologia da Associação Paulista de Medicina, explica que a vacina foi criada a partir de uma versão enfraquecida e não replicante de um vírus do resfriado comum, intitulado de adenovírus,

“A vacina de Oxford é preparada com um vírus inativado, que é o adenovírus, junto com proteínas do Sars-Cov-2, que é o coronavírus que causa covid-19. A ideia é fazer com que a pessoa que recebe a vacina tenha uma quantidade de vírus muito fraca, de maneira a elaborar uma memória de defesa. O desenvolvimento de uma vacina não é algo simples. Da primeira fase até a aprovação, muitas das vacinas se perdem: Se a fase 1, por exemplo, apresenta muitos efeitos adversos, ela não vai para a fase 2 e assim por diante.”

O infectologista relata que existem outras formas de criar uma vacina. A união do adenovírus enfraquecido com as proteínas do Sars-Cov-2, é apenas uma das formas de desenvolver o imunizante.

“A vacina de Oxford utilizou uma tecnologia que também já é empregada na produção de outros imunizantes, como, por exemplo, a vacina contra meningite tipo C. Ela é preparada com proteínas da bactéria que causam a doença, e conjugada com o toxoide tetânico ou a toxina diftérica, dependendo do fabricante”, explica o infectologista.

As três fases de testagem, de acordo com Adilson Westheimer.

Fase 1: “O objetivo é avaliar a segurança da vacina. Uma pequena quantidade de pessoas é testada para verificar reações adversas e o nível de resposta imune. Leva geralmente 4 a 6 meses.”

Fase 2: “ Os pesquisadores seguem acompanhando a presença de efeitos adversos, eficácia e efeito de proteção, isto é, se a resposta imunológica é capaz de proteger os pacientes para adquirir a doença. Nesta fase, o indivíduo é exposto à contaminação do vírus para verificar o nível de proteção. O número de pessoas testadas já é maior e varia por idade, gênero e raça em várias partes do mundo. O processo leva de 6 meses a 1 ano.”

Fase 3: “Aqui acontece a avaliação da resposta imunológica, proteção, via de administração e dose para as pessoas. Milhares precisam ser testados em várias partes do mundo e em diferentes épocas do ano. Demora no mínimo 1 ano, 1 ano e meio . É o momento mais seguro para a realização dos testes em massa.

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