A pele preta, que por muito tempo foi esquecida pela indústria de cosméticos e influenciadores na dermatologia, ganha cada vez mais atenção. Um estudo norte-americano mostra que em breve mais da metade da população dos EUA será composta por não-brancos. No Brasil esta já é uma realidade, porém no consultório dermatológico a parcela de negros ainda é discreta e produtos e procedimentos merecem atenção especial.
De acordo com o Dr. André Moreira, dermatologista, negro e estudioso das questões étnicas relacionadas à pele, a indústria de cosméticos vem lançando mais opções de produtos para a pele negra, como protetores solares líquidos e em pó. “Eu e meu paciente não queremos e nem precisamos passar um creme e ficar com aspecto acinzentando. É meu papel mostrar para ele que existem opções pensadas para nossa pele, com a coloração adequada para ela”, observa o médico.
Além da questão dos cosméticos, Dr. André ressalta que existem procedimentos estéticos com indicações específicas para pele negra, como no caso do laser, no qual equipamentos específicos precisam ser utilizados. “A pele preta é mais propensa a complicações com laser, portanto o procedimento tem que ser realizado por dermatologista com experiência. Os resultados são ótimos”.
A pele preta também é mais propensa a sofrer mais os efeitos do ressecamento principalmente no período da seca. “Utilizar creme hidratante com mais frequência e, de preferência, um mais elaborado, por exemplo, com probióticos.”, observa o médico André Moreira.
Sobre o Dr. André Moreira
Formado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (2007-2013), UFG, com Dermatologia no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (2013-2016), tem pós-graduação em doenças dos cabelos (tricologia) e das unhas na Universidade de Mogi das Cruzes, São Paulo. Atualmente cursa Mester in Science em oncodermatologia e dermatoscopia na Universidade de Graz, Áustria. Tem formação em transplante capilar na Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos. Foi aceito no concorrido programa de estágio no Hospital da Universidade de Varsóvia, na Polônia, orientado pela Dr. Lidia Rudnicka, a criadora do termo Tricoscopia e nome mais importante na área. O estágio está previsto para março de 2021.
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