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Saúde

Dietas saudáveis podem mesmo reduzir ansiedade e depressão?

Uma alimentação inadequada é uma das principais causas de morte em todo mundo, causando mais óbitos, inclusive que o cigarro e a hipertensão arterial.

Redação Jornal de Brasília

29/11/2019 10h52

Não alimentar-se bem pode causar danos para o cérebro também. Especialistas alertam que uma má alimentação pode interferir também no desempenho mental, aumentando os riscos de déficit de memória. Um estudo realizado pelas universidades de Navarra e Las Palmas de Gran Canaria, na Espanha, com 12 mil voluntários ao longo de seis anos, apontou que ingerir alimentos ricos em gorduras trans e saturadas aumenta os riscos de depressão.

Psiquiatras nutricionais vem mostrando os pacientes sobre como uma melhor alimentação pode ser uma importante ferramenta para ajudar a aliviar a depressão e a ansiedade, levando a uma melhor saúde mental.

O Dr. Drew Ramsey, autor de vários livros que abordam alimentação e saúde mental, é um grande fã das ostras, mas um paciente seu chegou a exagerar.

Um profissional imobiliário de 48 em tratamento para ansiedade e depressão leve, revelou ao Dr.Ramsey que comeu 36 ostras em apenas um fim de semana. O psiquiatra, professor clínico assistente de psiquiatria na Columbia University, impressionou-se. “Você é a única pessoa para quem eu prescrevi o consumo de ostras que voltou dizendo que comeu 36!”

O Dr. Ramsey, autor de vários livros sobre comida e saúde mental, é um grande fã de ostras. Elas são ricas em vitamina B12, diz ele, cujos estudos sugerem que pode ajudar a reduzir o encolhimento do cérebro. Elas também são bem abastecidas com ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa, cujas deficiências estão relacionadas ao maior risco de suicídio e depressão.
Mas o molusco não é o único alimento com o qual o Dr. Ramsey está entusiasmado. Ele é pioneiro no campo da psiquiatria nutricional, que tenta aplicar o que a ciência está aprendendo sobre o impacto da nutrição no cérebro e na saúde mental. Para o psiquiatra, a má alimentação é um fator importante que contribui para a epidemia de depressão, que é o principal fator de incapacidade para os americanos de 15 a 44 anos, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde.

Efeitos deletérios da má alimentação

Uma das principais características de pessoas com algum tipo de transtorno mental, seja ansiedade, depressão ou transtornos compulsivos, é o famoso descontar na comida. Assim, não é incomum ver que essas pessoas iniciam hábitos alimentares ricos em calorias, sobretudo quando associados a outros hábitos, tais como assistir séries, programas de televisão, e até mesmo jogar em jogos de cassino online. No fim, tudo vira uma bola de neve.

Dr. Drew Ramsey, primeiro à esquerda, e membros de sua equipe. (FONTE: Google Imagens)

A ironia, de acordo com o Dr. Ramsey, é que a maioria dessas pessoas é superalimentada em calorias, mas está faminta da matriz vital de micronutrientes de que nosso cérebro tanto precisa – muitos dos quais são encontrados em alimentos vegetais comuns.

Nos Estados Unidos, ama pesquisa publicada em 2017 pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, Centers for Disease Control and Prevention) informou que apenas um em cada dez adultos consome as recomendações diárias mínimas para frutas e legumes – pelo menos de uma xícara e meia ou duas por dia de frutas, e duas a três xícaras por dia de legumes.

Comida saudável, mente saudável

Um estudo com 422 jovens adultos da Nova Zelândia e dos Estados Unidos mostrou níveis mais altos de saúde mental e bem-estar para aqueles que ingeriram mais frutas e vegetais frescos. Curiosamente, os mesmos benefícios não se acumulam para quem come frutas e legumes enlatados.

Um dos primeiros ensaios clínicos randomizados para testar se a mudança na dieta pode ser eficaz para ajudar a tratar a depressão foi publicado em 2017. No estudo, liderado por Felice Jacka (epidemiologista psiquiátrica na Austrália), participantes treinados para seguir uma dieta mediterrânea por 12 semanas relataram melhorias no humor e níveis mais baixos de ansiedade. Aqueles que receberam lições gerais de coaching não mostraram tais benefícios.

Portanto, há uma nova tendência para pesquisas que mostram que os alimentos saudáveis estão, sim, relacionados com menor incidência de doenças psiquiátricas. A famosa frase “você é o que você come” nunca fez tanto sentido, considerando que você é saudável e se sente saudável caso se alimente de forma equilibrada.

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