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Saúde

Coronavírus: estudo aponta que vírus pode estar em circulação silenciosa há mais de 70 anos

Cada técnica utilizada na pesquisa resultou em uma data diferente para a origem do vírus: 1948, 1969 e 1982

Redação Jornal de Brasília

31/07/2020 8h11

Cientistas de diversos países se reuniram em um pesquisa para traçar a “árvore genealógica” do novo coronavírus. O resultado do estudo aponta que  a linhagem causadora da Covid-19 pode estar em circulação há mais de 70 anos.

A pesquisa foi divulgada na última edição da revista “Nature Microbiology” e contou com a participação de especialistas dos Estados Unidos, Bélgica, Reino Unido e China. De acordo com os cientistas, identificar o genoma do novo coronavírus não foi uma tarefa fácil. Isso porque devido às trocas genéticas, diferentes ancestrais podem ser encontrados, dependendo do local de origem da amostra do vírus.

O autor principal do estudo e pesquisador da Universidade Estadual da Pensilvânia, Maciej F. Boni, explicou que a equipe utilizou três técnicas distintas para identificar o genoma do vírus. Dessa forma, eles estudaram as partes que permaneceram estáveis e não passaram por trocas genéticas.

A equipe comparou o Sars-CoV-2 com outros vírus do mesmo subgênero (sarcovírus) e, a partir disso, descobriu a linhagem ancestral compartilhada com o parente mais próximo entre eles, catalogado como RaTG13. Cada técnica utilizada na pesquisa resultou em uma data diferente para a origem do vírus: 1948, 1969 e 1982.

A pesquisa também aponta para o risco de surgirem novos coronavírus com capacidade de infectar humanos. Isso ocorre porque esse tipo de organismo possui uma alta capacidade de trocar material genético. Para os pesquisadores, é fundamental a criação de uma “rede global de sistemas de vigilância de doenças humanas em tempo real.”

Os cientistas também afirmam que o vírus pode ter sido transmitido diretamente do morcego para o ser humano. No entanto, o estudo também aponta para a possibilidade da existência de um hospedeiro intermediário: os pangolins.

“As evidências atuais são consistentes com o vírus ter evoluído em morcegos, dando origem a variantes capazes de se replicar no trato respiratório superior de humanos e pangolins”, cita trecho do artigo.

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