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Saúde

Cigarro e álcool influenciam na incidência do câncer de esôfago

Arquivo Geral

19/04/2019 7h32

O câncer de esôfago é o oitavo mais frequente no mundo. A incidência em homens é cerca de duas vezes maior do que em mulheres, sendo o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres, excluindo o câncer de pele não melanoma. O esôfago é o tubo que liga a garganta ao estômago. Segundo a oncologista do Instituto Onco-Vida/Oncoclínicas, Elean Lamar Giusti, a irritação crônica do esôfago pode contribuir para mudanças no DNA das células que revestem o órgão, o que facilita o aparecimento de tumores malignos.

As principais causas desse tipo de câncer são o fumo e o álcool. “Os fumantes correm um risco 44 vezes maior do que os não fumantes de desenvolver a doença, e, quem consome muitas bebidas alcoólicas, 18 vezes maior. A combinação de tabagismo com álcool torna o risco ainda maior do que se considerássemos cada um desses fatores isoladamente”, relata a doutora. Entre os portadores de câncer epidermoide de esôfago, mais de 95% são fumantes ou etilistas e quase 90% fumam e também consomem álcool.

Outra causa desse câncer também pode ser a síndrome de “Esôfago de Barrett”, que gera refluxo gastroesofágico, e aumenta de 30 a 100 vezes o risco de câncer, em particular, da parte inferior do órgão. Alguns estudos sugerem que dietas pobres em frutas, vegetais, minerais e vitaminas, como riboflavina e vitaminas A e C, estejam associadas a maior incidência.

Os dois tipos mais frequentes do câncer de esôfago são o carcinoma das células escamosas e o adenocarcinoma. O primeiro se manifesta nas células escamosas que revestem o terço superior e médio do esôfago e está especialmente associado ao consumo de tabaco e álcool. No segundo tipo a lesão começa nas glândulas secretoras de muco, especialmente no terço inferior do esôfago.

De acordo com a oncologista, a suspensão do tabagismo e do uso abusivo de álcool são as medidas preventivas mais importantes. “Outras medidas preventivas incluem ingestão de dietas ricas em frutas e vegetais, controle do peso e prática de atividade física”, afirma a doutora. Em casos de fumantes e etilistas com mais de 50 anos e em outros grupos que sofrem risco maior de desenvolver a doença, alguns países utilizam a endoscopia com cromoscopia anual, que consiste na aplicação de corantes para melhor visualizar lesões pequenas.

Alguns sintomas mais recorrentes são a dificuldade de engolir alimentos (inicialmente sólidos, mas pode progredir para pastosos e líquidos), dor ao engolir, perda de peso, arrotos e má digestão. “Em caso de doença metastática, quando o tumor se espalha para outros locais do corpo, alguns sintomas são: Rouquidão persistente, falta de ar, tosse, dores ósseas, náuseas, vômitos e pele amarelada.”, revela a dra. Elean.

Para a oncologista, definir o estágio em que a doença se encontra e as condições clínicas do paciente são duas medidas fundamentais para definir o tratamento dos tumores de esôfago. “A cirurgia é indicada em grande parte dos casos. Quando a doença está restrita às camadas superficiais do esôfago e o tumor é pequeno, ela pode ser realizada por via endoscópica, sem necessidade de cortes”, completa a doutora do Instituto Onco-Vida/Oncoclínicas.

A cirurgia radical (esofagectomia) também é uma opção para a retirada do tumor por via aberta e pode ser realizada de acordo com diferentes técnicas. Há situações, porém, em que é necessário diminuir o tamanho da lesão antes de intervir cirurgicamente. Radioterapia e quimioterapia, associadas ou não, são recursos importantes no tratamento dos tumores de esôfago.

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