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Rumo tupiniquim

Arquivo Geral

12/03/2006 0h00

Um brasileiro. Um homem humilde que vem de família simples e constrói um império. Um personagem que caminha na linha tênue entre a esperteza e a ingenuidade, mas que sempre demonstra intensa paixão em tudo o que faz. Estes foram os princípios em que Gabriel Braga Nunes se baseou para viver a história de Antônio Maciel, personagem central de Cidadão Brasileiro, trama de Lauro César Muniz que inaugura a faixa das 20h na Record.
Mas, apesar da definição inicial, o ator, de 33 anos, confessa que ainda não se sente totalmente à vontade na pele daquele que pretende ser o “legítimo” cidadão brasileiro. “Eu não sou um exemplo muito claro disso”, confessa, justificando que não veio de família humilde, não teve de batalhar tanto na profissão e não herdou a conhecida “malandragem” nacional. “O nosso povo é muito complexo”, pondera o ator.
Complexa, aliás, é uma ótima palavra para definir a saga do personagem, que tem 27 anos no início da trama e termina a narrativa com 77. Nesse período, a obra quase “fechada” de Lauro César Muniz mostra quatro fases muito bem definidas da vida deste homem. Primeiro, a ascensão. Depois, o sucesso. Em seguida, poder, lutas e traições e, por último, o epílogo, com queda e volta às origens.
Na visão do ator, o personagem, apesar de íntegro, foge ao maniqueísmo, demonstrando sempre uma boa dose de ambigüidade, já que, ao mesmo tempo em que é um empreendedor, é também facilmente manipulado. Talvez por isso, já no início, ele sofra um golpe da esperta Fausta, vivida por Lucélia Santos. “Ela acaba com a vida dele, mas eles se reencontram anos depois, quando vivem uma paixão intensa”, adianta.
Paixão é outra coisa que não falta na vida do personagem de Gabriel. Incorrigível sedutor, ele passa a vida dividido entre o amor de duas mulheres: Luiza, interpretada por Paloma Duarte, uma moça rica, de boa família e cujo universo o fascina completamente; e Carolina, de Carla Regina, com quem o “bonitão” vive uma relação mais próxima de sua realidade. “Mas acredito que a Luiza é mesmo o grande amor da vida dele”, opina.
Com voz mansa e personalidade notoriamente recatada, foi justamente nesse ponto que Gabriel diz ter tido ainda mais dificuldade de “encarnar” o jeito brincalhão, espontâneo e até com um toque de arrogância de Antônio. Ele conta que não foram poucas as vezes que o diretor Flávio Colatrello teve de lhe pedir para que se “soltasse” mais, sendo mais cômico, rústico e até desajeitado. “Nisso ele é muito diferente de mim. Porque ele é tão informal que, às vezes, até deixa a educação de lado”, brinca.
Apesar da história já estar muito bem definida, ainda não se sabe se haverá troca de elenco, para ilustrar as diferentes fases não só de Antônio, mas de todos os personagens. Caso fique até o final, Gabriel terá de se submeter a horas e horas de maquiagem para convencer na pele de um septagenário. Mas esta seria apenas mais uma transformação para o ator que perdeu cerca de quatro quilos antes da novela e diz que a maior mudança que sofre, hoje, por causa do personagem, é psicológica. “Aprendo de tudo. A ser mais leve como pessoa, aprendo sobre a época, história, enfim… Eu preciso muito mais dele do que ele de mim”, diz, com a indisfarçável expectativa de ver a novela “brigando” com o horário nobre da Globo.

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