A dupla Caju e Castanha é famosa por sua embolada, ritmo nordestino parecido com o repente e que tem letras de humor ou cunho social. Os dois até estrelaram o curta-metragem A Saga dos Guerreiros Caju & Castanha contra o Encouraçado Titanic, de Walter Salles.
Apesar de ganhar cada vez mais popularidade, Caju e Castanha não fazem concessões. No novo CD, Professor de Embolada (Trama, R$ 9,90), abordam os mesmos temas que fizeram sua tradição: política, futebol e comportamento.
A diferença está no som. A embolada e o coco de feira aparecem mais crus, somente com o acompanhamento de pandeiro, ganzá e zabumba. “Há 12 anos tínhamos o projeto de gravar emboladas só com pandeiros”, diz Castanha. Com o aval da gravadora, a dupla produziu, em apenas um dia 14 faixas que abusam do bom humor.
Bom exemplo é a canção O Ladrão Besta e o Sabido, de Pinto e Rouxinol, que trata do tema de maneira atualíssima. Dos mesmos compositores, Caju e Castanha ainda gravaram A Mulher Feia e a Mulher Bonita, jogo divertido de comparações.
O repertório foi escolhido entre canções que a dupla gostava e composições próprias. Lavadeira do Rio é do repertório de Lenine. “Já fazia um tempo que queriamos gravar a música, que transformamos em embolada”, conta Castanha.
Há outra homenagem no disco: ao bumbum. Composição de Mestre Azulão, O Poder que a Bunda Tem é uma sátira sobre a predominância dos atributos físicos das mulheres em meios de comunicação. “Você liga a TV e é só bunda”, diverte-se Castanha