O livro O Código Da Vinci, do escritor americano Dan Brown, é um Harry Potter para adultos. Ao misturar misticismo, muita história da arte e magia, de forma coerente, prende completamente a atenção do leitor. Sabe aquele livro que, mesmo estando caindo de sono, não dá para parar de ler? Pois é. O Código Da Vinci encaixa-se neste perfil.
A publicação não virou best seller por acaso. Para se ter idéia, o livro chegou a mais de dez milhões de exemplares vendidos no mundo. E não é só. No início deste ano, o escritor Dan Brown teve quatro de seus livros, ao mesmo tempo, na lista dos mais vendidos do jornal New York Times e com avaliações elogiosas, o que é difícil ocorrer entre os críticos do sisudo jornal.
A trama é muito bem amarrada. Em Paris, para ministrar uma palestra, o professor de simbologia de Harvard, Robert Langdon, é surpreendido no meio da noite, em seu luxuoso quarto de hotel, no lendário Ritz, por um policial. O curador do Museu do Louvre, Jacques Saunière, foi encontrado assassinado, nu, dentro do Louvre e com uma mensagem cifrada ao lado do corpo feita pela própria vítima. A mensagem é destinada a Langdon, homem que a vítima jamais encontrou pessoalmente.
A pedido da polícia, Langdon vai à cena do crime para tentar decifrar a mensagem e lá encontra a criptógrafa francesa Sophie Neveu, neta do curador assassinado. Juntos, eles se envolvem completamente na trama. Vale prestar bastante atenção à entrada de Langdon no Museu do Louvre na madrugada. A descrição, mesmo para quem nunca foi a Paris ou visitou o local, é encantadora, porque enumera em detalhes todas as galerias do museu mais famoso do mundo, do ponto de vista do visitante. O que fascina e dá veracidade ao livro é que todas as descrições das obras de arte, arquitetura, documentos e rituais secretos correspondem rigorosamente à realidade.
O escritor deu um golpe de mestre ao bolar uma trama intrincada, que mistura os dogmas da Igreja Católica com uma história que remonta a Jesus Cristo – no caso do Código Da Vinci, a busca do Santo Graal, o cálice onde, segundo a bíblia, Jesus Cristo teria bebido o vinho da última ceia. E é justamente nesta obra de arte, que faz parte do acervo do Louvre, que está escondido o grande segredo do Graal.
Outro ponto delicioso do livro são as curiosidades, como a origem da palavra vilão, ministro e vários outros termos que empregamos no dia-a-dia sem nos darmos conta de seu verdadeiro significado. O que diverte ainda mais é descobrir as charadas deixadas pela vítima junto ao casal de heróis.
Nada é previsível no livro, algo muito comum em romances que mesclam os gêneros policial e mistério. Para completar, o autor descreve minuciosamente as ruas de Paris e de Londres, locais onde se passa a parte final da história. Falar mais seria tirar toda a graça de um romance que é pura diversão. Leia. Vale a pena.