Pode não parecer, mas Alexandre Barillari afirma que Beto, seu papel em Chocolate com Pimenta, foi o mais difícil em cinco novelas. “Não era um personagem grande, tinha aparições esporádicas, mas tive de construir um ser humano inteiro, compor sua fileira de DNA quando ele aparecia”, comenta o ator, 30 anos, que se despede da trama de Walcyr Carrasco com o personagem vivendo um amor maduro com Margot (Rosamaria Murtinho).
Quando soube que Beto iria se apaixonar por Margot, Alexandre achou que o personagem serviria para apresentar mais um preconceito. “Ele foi foco de todos os comentários da cidade por ser cabeleireiro”, lembra. “As pessoas punham em dúvida sua sexualidade pela farda que vestia. Depois se apaixonou por uma negra (a Selma de Juliana Alves). Como Margot tem o dobro da idade dele, achei que Beto seria mais uma vez alvo do preconceito da sociedade”.
Mas não houve nada de chocante nessa sutil relação, conclui Alexandre: “Pelo contrário. É um relacionamento bonito que nasceu de forte amizade. Por isso é tão suave, não tem beijo na boca, só carinho, cumplicidade e parceria. O bom coração de Margot foi o que seduziu Beto. Numa cena, eles assumirão o romance”.
Não é o primeiro nem último caso entre um jovem e uma mulher mais madura na televisão. Barillari entra no time de atores como Reynaldo Gianecchini, Caio Blat, Rodrigo Santoro e Rafael Calomeno, que viveram papéis semelhantes. Faz parte da vida real, enfim.
