O Clube do Choro é parada obrigatória ao se fazer um passeio pela rota do samba da capital federal. Além da programação semanal de rotina, de quarta a sábado, a casa passa a abrir suas portas aos domingos, no projeto Roda de Samba – sarau que mistura chorinho, samba e feijoada a partir do meio-dia. “Como nos primórdios”, diz o presidente do reduto de música instrumental, Reco do Bandolim, ao recordar o final dos anos 70, quando inaugurou o Clube do Choro. “Fazíamos um cozido ou uma feijoada e, sem nenhuma formalidade, tocávamos samba a tarde inteira”, lembra.
Ao contrário do que a casa preza nas noites convencionais, Roda de Samba não se preocupa com script nem com a conversa alta (proibidíssima nas apresentações noturnas). É informal e descontraído como o próprio gênero musical. E ainda cria uma boa oportunidade para reunir a família, a exemplo de Adriano Gomes, sua esposa, filhos e cunhados. “É a primeira vez que consigo trazer toda a família para cá”, disse o funcionário público de 37 anos no domingo passado, enquanto degustava uma caipirinha ao som de Folhas Secas, interpretado pela cantora Joana Santos.
A aposentada Isaura dos Anjos, com seus 70 anos, aplaudiu a idéia de servir na mesma mesa feijoada e samba. Carioca da gema, parafraseou Dorival Caymmi e soltou, com todo orgulho brasileiro: “Meu filho, quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”.
O time de frente que anima as tardes do Roda de Samba é formado por Sérgio Morais (flauta), Sandro Araújo (bateria), Tonho (percussão), Pedro Vasconcelos (cavaquinho), Marcelo Senna (vocal e pandeiro), Joana Santos (vocal), Félix e Henriquinho (violão de sete cordas).