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Chico Netto

Arquivo Geral

05/05/2005 0h00

Aviso à rapeize: esta não é, definitivamente, a melhor época para tentar um visto para os Estados Unidos. Apesar de os americanos viverem à sombra de uma compreensível paranóia depois do desastre de setembro de 2001 – quando o que era tido como a área de segurança máxima do país mais seguro do mundo foi destruído –, ainda existe muita gente pensando que chegar aos EUA e levar vida de estrela é mole. Vide América.

De um lado, bandos de brasileiros se dão mal tentando atravessar a fronteira do México com aquele país. É fato. De outro, no mundo encantado de América, a murmurante Sol (Deborah Secco), mesmo depois da primeira tentativa frustrada de entrar no país e de ter sido presa, já no cobiçado território norte-americano, parece que vai se dar bem.

Hoje a menina Sol, que pouca diferença tem da Darlene de Celebridade e da Íris de Laços de Família (papéis vividos pela mesma atriz), vai surgir de dentro de uma caixa que é entregue na casa de Ed (Caco Ciocler). Hum, isso cheira a festa no apê… Esta é apenas uma entre muitas situação improváveis vivida por uma personagem de ficção.

O perfil de Sol, aliás, já está beirando a ficção científica. Ela tem rompantes de menina superpoderosa, apega-se à Virgem de Guadalupe, consegue escapar da polícia americana, viaja de carona agarrada ao escapamento de um caminhão, sai correndo de dentro de uma caixa entregue na casa de um dos mocinhos da história e, de lambuja, ganha apoio de Miss Jane (Eva Todor), avó do belo e inexpressivo Nick (Lucas Babin, que parece ter estudado na escolinha do Cigano Igor de Explode Coração).

O que há de errado com Sol? Ao pé da letra, nem tanto. O que acontece é que, nos últimos anos, Deborah Secco só aparece envergando personagens de perfil muito parecido: bonita, chata, deslumbrada, desastrosa nas relações, sempre vitoriosa no que quer e, de quebra, despertando paixões de boa parte dos galãs da história (deve ter uma cota só para ela).

Querem porque querem fazer de Deborah Secco uma lenda viva da teledramaturgia – mas falta muita estrada para ela chegar lá. Enquanto esse tempo de glória por méritos próprios não vinga, entidades da mídia global decretam que ela é a musa da estação. E tome capítulo de América fechando em close no rostinho da menina. No final da história, claro, Sol voltará aos braços de Garoto Enxaqueca (Tião/Murilo Benício) e todos viverão felizes para sempre. Não é uma maravilha?

Sei não. Acho que estão preparando terreno para lançar Deborah Secco em seriado ou em tirinhas – quem sabe uma versão glamourizada de Mary Tipo…? Pode ter sua utilidade num programa infantil, como enlatado para uso do mercado interno, ou em bobagens como Malhação. Que saudade de Vila Sésamo!

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    Chico Netto

    Arquivo Geral

    05/05/2005 0h00

    Aviso à rapeize: esta não é, definitivamente, a melhor época para tentar um visto para os Estados Unidos. Apesar de os americanos viverem à sombra de uma compreensível paranóia depois do desastre de setembro de 2001 – quando o que era tido como a área de segurança máxima do país mais seguro do mundo foi destruído –, ainda existe muita gente pensando que chegar aos EUA e levar vida de estrela é mole. Vide América.

    De um lado, bandos de brasileiros se dão mal tentando atravessar a fronteira do México com aquele país. É fato. De outro, no mundo encantado de América, a murmurante Sol (Deborah Secco), mesmo depois da primeira tentativa frustrada de entrar no país e de ter sido presa, já no cobiçado território norte-americano, parece que vai se dar bem.

    Hoje a menina Sol, que pouca diferença tem da Darlene de Celebridade e da Íris de Laços de Família (papéis vividos pela mesma atriz), vai surgir de dentro de uma caixa que é entregue na casa de Ed (Caco Ciocler). Hum, isso cheira a festa no apê… Esta é apenas uma entre muitas situação improváveis vivida por uma personagem de ficção.

    O perfil de Sol, aliás, já está beirando a ficção científica. Ela tem rompantes de menina superpoderosa, apega-se à Virgem de Guadalupe, consegue escapar da polícia americana, viaja de carona agarrada ao escapamento de um caminhão, sai correndo de dentro de uma caixa entregue na casa de um dos mocinhos da história e, de lambuja, ganha apoio de Miss Jane (Eva Todor), avó do belo e inexpressivo Nick (Lucas Babin, que parece ter estudado na escolinha do Cigano Igor de Explode Coração).

    O que há de errado com Sol? Ao pé da letra, nem tanto. O que acontece é que, nos últimos anos, Deborah Secco só aparece envergando personagens de perfil muito parecido: bonita, chata, deslumbrada, desastrosa nas relações, sempre vitoriosa no que quer e, de quebra, despertando paixões de boa parte dos galãs da história (deve ter uma cota só para ela).

    Querem porque querem fazer de Deborah Secco uma lenda viva da teledramaturgia – mas falta muita estrada para ela chegar lá. Enquanto esse tempo de glória por méritos próprios não vinga, entidades da mídia global decretam que ela é a musa da estação. E tome capítulo de América fechando em close no rostinho da menina. No final da história, claro, Sol voltará aos braços de Garoto Enxaqueca (Tião/Murilo Benício) e todos viverão felizes para sempre. Não é uma maravilha?

    Sei não. Acho que estão preparando terreno para lançar Deborah Secco em seriado ou em tirinhas – quem sabe uma versão glamourizada de Mary Tipo…? Pode ter sua utilidade num programa infantil, como enlatado para uso do mercado interno, ou em bobagens como Malhação. Que saudade de Vila Sésamo!

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