Pouco depois do espetáculo no plenário, os Paralamas saíram à francesa pela sala do cafezinho. Rápidos, entraram numa van e fugiram da euforia. Herbert foi na frente, com seguranças empurrando a sua cadeira de rodas.
Eles precisavam de paz. Mais tarde, iriam para Goiânia, tocar no show da turnê Longo Caminho, no Clube Jaó. O show é o mesmo que ocorre hoje, no ExpoBrasília (Parque da Cidade). No caminho, poucas fotos, poucas palavras. “O showzinho no plenário foi improvisado, emoção à flor da pele”, dizia Barone, enquanto corria. O barbudo Bi reclamava, calmo. “Não é o momento. Sou péssimo para falar e nem gosto”, disse, repetindo o que todos sabiam.
Grudada nos quarentões com jeito de meninos, estava a turma do Bora Bora, fã-clube que existe há três anos, com 200 integrantes. À frente da patota paralâmica, estava Daniela Firme, 20 anos, vocalista da Panis Circus (claro, banda de rock como os Paralamas).
“Estou armando para ir com a galera até Goiânia”, dizia. Lá – e aqui, pois Daniela não vai perder chance de ver os ídolos –, a fã vai ouvir novas e velhas canções. Clássicos como Ela Disse Adeus, Óculos e Lourinha Bombril.
E, ainda no cardápio, garantia de bom atendimento com canções – caso de O Calibre e Seguindo Estrelas – feitas por Hebert antes do acidente com um ultraleve, em fevereiro de 2001. Foi quando morreu Lucy, a mulher do líder da banda que comemora 20 anos na estrada, desde o lançamento, em abril de 1983, do álbum Cinema Mudo.
As músicas prometem incendiar o Parque da Cidade, a partir das 22h, da mesma maneira que incendiaram a Câmara, ontem. Afinal, o Parque é um espaço genuinamente brasiliense, assim como os cariocas Bi e Barone e o paraibano Hebert. Agora, sim.