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Política & Poder

Vice acusa Rollemberg de preconceito e Governo reage: “não tem envergadura moral”

Arquivo Geral

23/04/2018 18h18

Francisco Nero/Cedoc

Francisco Dutra
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Do plenário da Câmara dos Deputados, o vice-governador Renato Santana (PSD) pesou a mão na briga com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Em uma canetada, o chefe do Executivo tomou do ex-aliado toda a estrutura da Vice-Governadoria, indo da chave do gabinete até os cargos. Segundo Santana, os atritos crescentes dentro do governo, desde a posse em 2015, são frutos do preconceito, pelo fato de ser um homem negro e morador de Ceilândia.

“E por que tanta perseguição? Chegou a hora de dizer. Preconceito. Sou negro. Negro da Ceilândia. Sou servidor de carreira. Rollemberg nunca escondeu seu desprezo pelos mais humildes. Faz um discurso pseudo socialista, mas no convívio diário não esconde seu elitismo e seus preconceitos”, disparou o vice-governador. Mesmo sem estrutura, Santana não planeja renunciar.

Francisco Dutra

Inicialmente a sessão da Casa tinha como objetivo a comemoração do aniversário de 58 anos de Brasília. Estavam presentes no tiroteio político o procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bessa, o presidente da Ordem dos Advogados do DF, Juliano Costa Couto, o presidente regional do PSD, deputado federal, Izalci Lucas, o presidente regional do PSD, deputado federal, Rogério Rosso, a presidente regional do PT, a deputada federal Érika Kokay, o deputado distrital Robério Negreiros e o senador Hélio José (Pros).

Na esteira da declaração de Santana, seu padrinho político Rogério Rosso subiu o tom das críticas. Ele apontou falhas em áreas fundamentais como segurança pública e ainda fez um convite para que todas as forças políticas contrárias ao atual governo juntassem esforços. “Vamos nos unir para apagar as páginas destes últimos três anos no DF”, convocou.

Toda ação gera uma reação

A resposta do Governo de Brasília veio igualmente dura. Em nota assinada pela Casa Civil, o Buriti disse não se surpreender com as “palavras inconsequentes e irresponsáveis” do vice-governador, acusado também, no texto, de não ter “envergadura moral para falar em lealdade.”

“Santana busca o discurso da vitimização, recorrendo a argumentos estapafúrdios para acusar o governador de preconceitos jamais alegados por qualquer pessoa séria em Brasília”, prossegue a nota, que ainda cita um suposto episódio onde o vice ofendeu e enganou um proprietário de uma borracharia em Brazlândia.

A Negritude Socialista Brasileira do DF, secretaria do partido do governador, o PSB, também manifestou repúdio à declaração de Renato Santana. Também por meio de nota, a NSB disser ser “lamentável que o primeiro negro a alçar um cargo de tamanha importância no Distrito Federal utilize a cor de sua pele para justificar problemas políticos criados pela sua própria incapacidade […]”

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