Menu
Política & Poder

Vacina “é do Brasil”, diz Bolsonaro

A fala de Bolsonaro nesta segunda-feira (18) é a primeira após a aprovação da Coronavac e da vacina de Oxford pela Anvisa

Redação Jornal de Brasília

18/01/2021 11h40

Após a aprovação para uso emergencial de duas vacinas no Brasil, a Coronavac e a de Oxford, o presidente Jair Bolsonaro disse para apoiadores na manhã desta segunda-feira (18) que a vacina “é do Brasil”, tentando desvincular o imunizante ao governador de São Paulo, João Doria.

“A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos também, que era para ter chegado a vacina aqui. Então, tá liberado a aplicação no Brasil e a vacina é do Brasil, tá? Não é de nenhum governador não, é do Brasil”, disse Bolsonaro.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante cerimônia simbólica com governadores, anunciou, na manhã desta segunda-feira (18), que a campanha de vacinação contra o novo coronavírus poderá iniciar ainda hoje.

“Tínhamos conversado sobre o que vai acontecer a partir de agora. Hoje ainda nós distribuiremos todas as vacinas aos estados e, hoje ainda, os estados, ao final do dia, no município principal, a vacinação”, afirmou o ministro durante a cerimônia. Segundo ele, o pedido para adiantamento do início das vacinações foi feito pelos governos estaduais.

O início da vacinação em São Paulo foi vista como derrota política para Bolsonaro. O Ministério da Saúde planejava um evento no Palácio do Planalto para a terça-feira, 19, para marcar o início da campanha de imunização no País para tentar mostrar protagonismo do governo federal no enfrentamento à pandemia. Doria, porém, foi mais rápido e venceu a corrida pela foto da primeira pessoa imunizada no País – uma mulher, negra, enfermeira em um hospital público de São Paulo.

Doria é hoje o principal adversário político de Bolsonaro e pontecial rival na disputa pela Presidência da República em 2022.

O governo federal, por sua vez, tinha como principal aposta a vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Um lote com 2 milhões de doses do imunizante deve ser importado da Índia nos próximos, mas o país asiático frustrou os planos de Bolsonaro ao atrasar o envio em alguns dias.

O governador paulista iniciou a imunização no Estado horas após a Agência Nacinonal de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso emergencial da Coronavac. Doria abriu a entrevista coletiva com uma crítica direta ao governo federal. “Hoje é o dia V. É o dia da vacina, é o dia da verdade, é o dia da vitória, é o dia da vida”, disse. “É o triunfo da vida contra os negacionistas, contra aqueles que preferem o cheiro da morte ao invés do valor e da alegria da vida.”

Logo depois, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reagiu e disse que a vacinação em São Paulo foi “jogada de marketing” e ameaçou ir à Justiça. “Todas as vacinas produzidas pelo Butantã foram contratadas de forma integral e exclusiva, todas, inclusive essa que foi aplicada agora. Então, é uma questão jurídica. Todo o custeio do Butantã é contratado e pago pelo Ministério da Saúde, pelo SUS, pelos senhores. Não foi com nenhum centavo de São Paulo”, disse Pazuello ontem.

Com informações do Estadão Conteúdo

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado