O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, faz, nesta sexta-feira (4), uma avaliação de seu mandato à frente da Corte, uma vez que deixará o cargo no próximo dia 10 de setembro para a chegada de Luiz Fux. Um dos temas debatidos foi o inquérito das fake news.
Toffoli afirmou que abrir o inquérito “foi a decisão mais difícil” da gestão dele. Para o ministro, a abertura foi necessária porque, tal qual em outros países, o Brasil vinha vivendo uma espécie de política de ódio “plantada por segmentos ou setores que queriam e querem destruir instituições e querem o caos”.
O ministro cita especialistas estrangeiros para se basear na tese que o inquérito é uma reação às fake news e à ideia de caos e de ódio. Na visão de Toffoli, a abertura foi “fundamental”. “No mais, a história vai avaliar o papel desse inquérito na democracia do Brasil”.
Sobre o inquérito
Aberto em março de 2019 pelo presidente Dias Toffoli, o inquérito das fake news apura a veiculação de notícias falsas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações contra o STF e a democracia brasileira.
Conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, o processo já expediu ordens de busca e apreensão contra diversos bolsonaristas famosos, como o empresário Luciano Hang, fundador da Havan, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), a extremista Sara Giromini, o empresário Edgard Corona, presidente da rede de academias Smart Fit, os blogueiros Winston Lima e Allan dos Santos, e o presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson.
Troca no cargo
O ministro Dias Toffoli deixa, no próximo dia 10 de setembro, a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Luiz Fux assume o posto. Fux foi eleito em junho novo presidente do Supremo, em votação feita por videoconferência por conta da pandemia do novo coronavírus.
O mandato de Fux é válido pelos próximos dois anos. “Prometo que vou lutar intensamente para manter o Supremo Tribunal Federal no mais alto patamar das instituições brasileiras”, disse Fux ao ser eleito.