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Política & Poder

Supostos integrantes do MBL são presos por lavagem de dinheiro

Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso são investigados por movimenetações de mais de R$ 400 milhões

Redação Jornal de Brasília

10/07/2020 8h42

A Polícia Civil prendeu, na manhã desta sexta-feira (10), dois homens que, segundo a corporação, fazem parte do Movimento Brasil Livre (MBL). Alessander Monaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso, vulgo Luciano Ayan, são investigados por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

O Ministério Público Estadual e a Receita Federal também participam das investigações. De acordo com o MP, a dupla movimentou mais de R$ 400 milhões em empresas.

“As evidências já obtidas indicam que estes envolvidos, entre outros, construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado, inclusive utilizando-se de criptoativos e interpostas pessoas”, indicou o MP-SP em nota.

Os promotores também informaram que investigam suposta constituição e utilização de empresas “em incontáveis outras irregularidades, especialmente fiscais”. “A família Ferreira dos Santos, criadora do MBL, adquiriu/criou duas dezenas de empresas – que hoje se encontram – todas – inoperantes e, somente em relação ao Fisco Federal, devem tributos, já inscritos em dívida ativa da União, cujos montantes atingem cerca de R$ 400 milhões.”

Além das duas prisões, a Polícia Civil cumpre seis mandados de buscas e apreensão em São Paulo-SP e Bragança Paulista-SP. Um dos mandados ocorre na sede do MBL. Os agentes buscam diversas mídias digitais, entre celulares, computadores, HDs e pendrives, além de documentos impressos e dinheiro.

Dinheiro encontrado nas buscas. Foto: Reprodução/TV Globo

Mais sobre a dupla

Com a relação a Alessander Monaco Ferreira, um dos presos na operação realizada nesta manhã, a Promotoria aponta “movimentação financeira extraordinária e incompatível” e suposta “criação/sociedade em duas empresas de fachada”. Segundo o Gedec, ele seria “ligado aos movimentos”, realizando “doações altamente suspeitas através da plataforma Google”.

O MP-SP também indicou que Ferreira viajou mais de 50 vezes para Brasília, entre julho de 2016 e julho de 2018, ” para o Ministério da Educação, com objetivos não especificados”, e “solicitou emprego e foi contratado pelo Governo do Estado de São Paulo para trabalhar na Comissão de Avaliação de Documentos e Acesso da Imprensa (CADA) – “justamente um cargo que tem função de gerenciar tarefas de eliminação de documentos públicos, de informações relativas ao recolhimento de documentos de guarda permanente, produzidos pela Administração Pública”.

Já sobre Carlos Augusto de Moraes Afonso, a Promotoria aponta “ameaça a pessoas que questionam as finanças do MBL”, “disseminação de fake news”, “criação e sociedade de ao menos quatro empresas de fachada” e “uso de contas de passagem, indícios de movimentação financeira incompatível perante do fisco federal”.

Defesa

O Movimento Brasil Livre alega que Alessander e Carlos Augusto não fazem parte do grupo e “sequer fazem parte dos quadros do MBL”. “Ambos nunca foram membros do movimento”, afirma, em nota.

A operação foi batizada de Juno Moneta, em referência a um antigo templo romano onde eram cunhadas as moedas na antiguidade. O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) confirmou à Folha de S.Paulo a busca e apreensão na sede do grupo, mas também negou que os detidos sejam membros do MBL.

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