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Política & Poder

Senado aprova texto base da Reforma da Previdência

Por 60 votos a 19, o plenário do Senado aprova o texto-base da reforma da Previdência em 2º turno

Redação Jornal de Brasília

22/10/2019 20h26

O Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, durante sessão plenária para votação da PEC 6/2019, que reforma o sistema previdenciário.

Paula Beatriz
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Na noite desta terça-feira (22), no plenário do Senado aconteceu a votação do segundo turno da Reforma da Previdência. A mudança retira o País de um grupo restrito de nações que ainda permite a concessão do benefício considerando apenas o tempo de contribuição, característica que, segundo a área econômica, privilegia trabalhadores de maior renda.

A proposta garante uma economia de R$ 800,3 bilhões em 10 anos, caso o Congresso rejeite os quatro pedidos de mudança feitos diretamente no plenário do Senado.

Por 60 votos a 19, o plenário do Senado aprova o texto-base da reforma da Previdência em 2º turno. O governo calculou ter 58 ou 59 votos para aprovar o texto principal da reforma. A aprovação final da proposta ocorre oito meses após o envio formal do texto ao Parlamento.

Ela prevê que novos trabalhadores só poderão se aposentar com idades de 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens), tanto na iniciativa privada quanto no setor público federal, com tempo mínimo de contribuição de 15 anos (mulheres), 20 anos (homens) e 25 anos para servidores de ambos os sexos. Professores, policiais e profissionais expostos a agentes nocivos (como quem trabalha na mineração) têm regras mais brandas.

Quem já está no mercado de trabalho poderá escolher a mais vantajosa entre as regras de transição. Durante esse período, o tempo mínimo de contribuição permanece em 15 anos para homens e mulheres.

Além de aumentar o tempo para se aposentar, a reforma também eleva as alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS. Os 1.142 servidores federais que ganham acima do teto remuneratório de R$ 39 mil, por exemplo, pagarão alíquotas crescentes, que chegam a 22% sobre a parcela que excede o limite salarial na União. Em contrapartida, quem ganha um salário mínimo (R$ 998) terá até um alívio na contribuição para o INSS. As novas alíquotas começam a valer em 1º de fevereiro de 2020.

As novas normas não valerão para os servidores estaduais e dos municípios com regime próprio de Previdência, uma vez que a Câmara retirou os governos regionais do alcance das novas regras O governo ainda tenta aprovar uma mudança constitucional “paralela” para reincluir Estados e municípios.

Agora, serão analisados 4 destaques. É a etapa final de tramitação da proposta no Congresso. Os destaques foram apresentados por PT, PDT, PROS e Rede. Cada um deles é votado separadamente.

Proposta já vem de outro governos

A batalha por essa reforma começou em gestões anteriores. O País esteve perto de aprovar uma idade mínima para todos os trabalhadores no governo Fernando Henrique Cardoso, mas não conseguiu por uma diferença de apenas um voto.

Com o agravamento das contas públicas e o aprofundamento do déficit da Previdência, o governo Michel Temer apresentou uma ampla proposta de reforma em dezembro de 2016. A articulação, porém, naufragou diante das denúncias contra o agora ex-presidente. Neste ano, a previsão é que o déficit do INSS e dos regimes próprios de servidores federais civis e militares chegue a R$ 292 bilhões.

Em único ano, o governo precisa gastar o equivalente a dez orçamentos anuais do Bolsa Família para cobrir o rombo nas aposentadorias e pensões.

Com informações Estadão Conteúdo

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