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Política & Poder

Sem apresentar provas, Bolsonaro diz que estão armando busca na casa de um de seus filhos

Presidente afirmou que não tem como comprovar as afirmações, mas que estariam “plantando provas falsas dentro da casa” de Flávio Bolsonaro

Redação Jornal de Brasília

24/12/2019 21h30

Foto: Agência Brasil

Sem apresentar provas ou qualquer indicação sobre de onde tirou as supostas informações, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (24) que estão armando uma busca e apreensão, com provas plantadas, na casa de um de seus filhos. A declaração foi dada em entrevista ao vivo ao programa Brasil Urgente (Band), apresentado por José Luiz Datena, que é cotado para ser seu candidato à Prefeitura de São Paulo.

Embora não tenha citado nomes, Bolsonaro indicou se referir ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), a quem já acusou diversas vezes –igualmente sem apresentar provas– de manipular contra ele investigações da Polícia Civil.

“Esse mesmo agente político no Rio acertou gravação entre bandidos citando meu nome para divulgar numa grande rede de TV depois. Isso acabou sendo abortado porque estourou antes da hora essa intenção deles”, disse Bolsonaro, ao comentar as investigações sobre um esquema de desvio de recursos públicos a partir do gabinete de seu filho Flávio na Assembleia Legislativa do Rio.

“A nova intenção deles, agora, eu não tenho como comprovar, mas querem fazer uma busca e apreensão na casa de um outro filho meu, já, pelo que tudo indica, fraudando provas, plantando provas falsas dentro da casa dele. Isso tudo é o inferno que a gente vive. é um jogo de poder, é um jogo sujo isso aí.”

A menção de Bolsonaro, possivelmente, diz respeito às informações de que a Polícia Civil do Rio investiga uma ríspida discussão ocorrida em 2017 entre o vereador Carlos Bolsonaro e um assessor de Marielle Franco, assassinada em março de 2018. Na ocasião, a vereadora do PSOL chegou a intervir para acalmar o filho de Bolsonaro. O assessor envolvido no episódio já prestou depoimento durante a investigação sobre o assassinato de Marielle.

O presidente chegou a ser citado na apuração do caso por um porteiro do condomínio no Rio de Janeiro onde ele tem casa. Num depoimento dado à Polícia Civil, o funcionário havia atribuído a Bolsonaro a autorização para a entrada no condomínio Vivendas da Barra de um dos acusados no crime. Em nova oitiva, desta vez à Polícia Federal, o porteiro recuou e disse que errou ao mencionar o presidente na autorização.

Na data citada pelo porteiro em seu primeiro depoimento, Bolsonaro estava em Brasília e participou das sessões do plenário da Câmara. Witzel sempre negou qualquer tipo de interferência no trabalho da Polícia Civil e, no mês passado, afirmou que pretende processar Bolsonaro pelas acusações.

Na entrevista deste sábado, Datena apoiou o presidente, afirmando acreditar que “muito disso [se referindo às notícias sobre o caso Flávio]” faz parte de campanha política. “Sempre que tem oportunidade atacam o senhor, direta ou indiretamente.”

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