Após causar polêmica citando textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbles, quando anunciou em vídeo o Prêmio Nacional das Artes nesta quinta-feira (16), o secretário de cultura Roberto Alvim postou uma nota de esclarecimento em seu Facebook dizendo que “o que a esquerda está fazendo é uma falácia de associação remota”.
Ao anunciar a liberação de R$ 20 milhões para a premiação, Alvim disse que “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”.
Joseph Goebbels já havia dito algo bem parecido no auge do nazismo. “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, afirmou em pronunciamento para diretores de teatro.
Para completar, Alvim postou o vídeo com a ópera de Richard Wagner, compositor preferido dos nazistas ao fundo, o que causou mais especulações e debates sobre o discurso.
Nesta sexta-feira (17), o secretário de Cultura fez um post no Facebook atacando a esquerda e se defendeu dizendo que tudo não passou de uma ‘coincidência retórica’.
No final da mensagem, porém, o secretário elogia a ideia de Goebbels: “mas a frase em si é perfeita. Heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional”.
Confira a publicação:
O governador do Maranhão, Flávio Dino, afirmou pelo Twitter, nesta sexta-feira (17), que “um vídeo nazista não é apenas ridículo. É perigoso e ilegal”, se referindo ao vídeo feito por Roberto Alvim.
Para ele, o fato “desrespeita os judeus no mundo inteiro, inclusive no Brasil”. O governador disse ainda que o vídeo “deve ser objeto de repúdio e de providências no Congresso Nacional e no Poder Judiciário”.
Um vídeo nazista não é apenas ridículo. É perigoso e ilegal. Desrespeita os judeus no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Deve ser objeto de repúdio e de providências no Congresso Nacional e no Poder Judiciário.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) January 17, 2020