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Política & Poder

‘Quem é o cara do Ibama?’, diz Bolsonaro sobre queima de máquinas

“Quem é o cara do Ibama que está fazendo isso no Estado lá?”, indagou o presidente

Lindauro Gomes

05/11/2019 12h10

Grab taken from a handout video released by Brazilian President Jair Bolsonaro which he broadcast live early on October 30, 2019 in his YouTube account during his official visit to Saudi Arabia, in which he denied links to last year’s assassination of a prominent Brazilian politician, after reports that a suspect in the murder investigation visited his residence before the killing. – On October 29, 2019 TV network Globo reported that the first suspect visited the condominium building where Bolsonaro lived, telling the doorman he intended to visit the then-presidential candidate. Marielle Franco, a popular leftist city councillor in Rio de Janeiro, was gunned down alongside her driver in March 2018 — a drive-by shooting that investigators described as a “summary execution.” (Photo by HO / BRAZILIAN PRESIDENT JAIR BOLSONARO’S YOUTUBE ACCOUNT / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE – MANDATORY CREDIT “AFP PHOTO / BRAZILIAN PRESIDENT JAIR BOLSONARO’S YOUTUBE ACCOUNT / HO” – NO MARKETING – NO ADVERTISING CAMPAIGNS – DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS

O presidente Jair Bolsonaro prometeu a garimpeiros que irá atuar para impedir a queima de maquinário ilegal apreendido em ações de fiscalização. “A gente acerta isso aí. Já dei a dica para vocês. Se entrou (a máquina), sai”, disse o presidente, em frente ao Palácio da Alvorada, nesta terça-feira, 5.

Bolsonaro ainda questionou o grupo: “Quem é o cara do Ibama que está fazendo isso no Estado lá?”. Os garimpeiros responderam que um delegado federal de Redenção, no Pará, seria o responsável. “Se me derem as informações, tenho como…”, disse Bolsonaro, sem completar a frase.

O presidente afirmou que voltaria a tratar sobre o garimpo com seus ministros nesta terça, 5. “Hoje vou conversar de novo (sobre a queima de maquinário). Se a máquina chegou lá, ela sai”, disse. Bolsonaro pediu para ser avisado sobre o horário em que os garimpeiros teriam reunião no Palácio do Planalto para que pudesse participar. O grupo deve ser recebido pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ainda hoje.

Em frente à residência oficial do presidente, os garimpeiros cobraram Bolsonaro sobre a atuação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “Não precisamos de um ativista no Meio Ambiente, precisamos de um ministro. Essa é a situação”, disse o presidente da Federação Brasileira da Mineração (Febram), Gilson Fernandes.

O presidente da Febram mencionou a Bolsonaro que Salles exonerou, em setembro, o superintendente regional do Ibama no Pará, o coronel da Polícia Militar Evandro Cunha dos Santos, que havia criticado a destruição de maquinários apreendidos. “Só porque ele falou numa reunião, repetiu o que o senhor falou, que não permitiria mais tocar fogo, simplesmente foi exonerado”, disse Fernandes.

Legislação

Bolsonaro disse aos garimpeiros que a legislação sobre o setor foi feita “para complicar a vida de vocês, para ajudar as grandes mineradoras”. Segundo o presidente, há conversa com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para retirar da Agência Nacional de Mineração (ANM) o poder de definir permissões de lavras de garimpo. “Passaram para a agência a atribuições de lavra de terra. Temos de tirar da agência”, disse Bolsonaro.

“Minha preocupação está sendo esse negócio de orçamento. Pegaram a legislação que trata da lavra de garimpeiro e jogaram para a agência de mineração. Mas dá para voltar ao ministério. Conversei com ministro Bento hoje. Voltar, para nós decidirmos. Se deixar do lado de lá, a gente não sabe, complica”, declarou o presidente.

Promessa antiga

O presidente Bolsonaro PSL já havia prometido impedir a queima e destruição de máquinas encontradas nas fiscalizações. Em abril, o presidente afirmou, em vídeo divulgado na internet, que tinha determinado a proibição de queima de veículos usados na exploração ilegal de madeira. Em viagem a Macapá, ele atendeu a um pedido do senador Marcos Rogério (DEM-RO) para desautorizar o trabalho de fiscais que destruíram caminhões e tratores apreendidos em operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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