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Política & Poder

Queiroz admite ‘rachadinha’, mas tenta livrar Flávio

Promotores, no entanto, consideraram a justificativa fantasiosa por conta da evolução do patrimônio de Flávio Bolsonaro e da esposa

Redação Jornal de Brasília

25/11/2020 8h19

O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro quando o senador ainda era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), admitiu que havia um esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio. Queiroz, no entanto, disse que o filho de Jair Bolsonaro não tem envolvimento nos crimes.

Queiroz confessou por escrito, e a declaração consta em petição que foi anexada ao processo que corre no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O documento diz que “tal acordo [rachadinha] teria sido realizado sem consulta ou anuência do então deputado estadual nem de seu Chefe de Gabinete”. As informações são da CNN Brasil.

Contudo, a declaração é considerada fantasiosa pelos promotores. Isso porque as informações não coincidem com a evolução patrimonial de Flávio e da esposa, Fernanda Antunes Bolsonaro. Ao longo de dez anos, o casal multiplicou seu patrimônio sem explicação aparente.

Além disso, o MP considera inviável que Queiroz tenha arrecadado milhões de reais sem que seus superiores tivessem conhecimento do fato “e nem auferido qualquer vantagem do ilícito praticado”.

Ex-assessora confirma

Uma ex-assessora de Flávio admitiu que estava no quadro de funcionários do então deputado estadual na Alerj, mas nunca trabalhou, de fato. Luiza Sousa Paes confessou ainda que recebia salário, mas devolvia mais de 90% dos proventos a Queiroz. A funcionária disse que recebia cerca de R$ 5 mil, ficava com R$ 700 e devolvia o restante, incluindo 13º, férias, vale-alimentação e restituição do Imposto de Renda.

Ao citar seu caso, a ex-assessora inclui ainda outras colegas de gabinete que também participariam do esquema: as filhas mais velhas de Queiroz, Nathália e Evelyn, além de uma amiga da família dele, Sheila Vasconcellos. Luiza é filha de Fausto Antunes Paes, amigo próximo ao suposto operador. Eles jogavam juntos uma pelada de futebol em Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio, chamada de “Fala tu que eu tô cansado”. As famílias Queiroz e Paes foram vizinhas naquele bairro.

O senador foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e peculato, que é o uso de dinheiro público para fins pessoais. Em nota, a defesa afirma que Flávio “não cometeu qualquer irregularidade e que ele desconhece supostas operações financeiras entre ex-servidores da Alerj”.

Já o estafe de Queiroz afirmou que pretende fazer a “impugnação das provas acusatórias e produção de contraprovas que demonstrarão a improcedência das acusações”.

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