A professora Fátima Montenegro, a mulher que monopolizou a atenção do presidente Jair Bolsonaro na manhã dessa quinta-feira (2), na saída do Palácio da Alvorada, dizendo estar desempregada e pedindo militares “nas ruas” para que as atividades sociais e econômicas voltassem ao normal e o isolamento fosse suspendido, trabalha vendendo seus cursos online de caligrafia cujos preços variam de R$250 a R$ 697.
Mesmo tendo alegado que o CNPJ de sua empresa está inativo, em entrevista ao Poder 360, a Caligrafia ABZ postou anúnicio no dia 1º de abril, em uma de suas redes sociais, da mais nova turma de um novo curso cujos valores variam de R$ 320 à vista ou R$ 427 em 12 parcelas acrescidas de juros, pelo cartão de crédito.
Fátima oferece três módulos individuais e ao vivo e com hora marcada, uma vez por semana.
Só neste ano, a Caligrafia ABZ ofereceu turmas de curso de caligrafia desde o dia 3 janeiro. Na página da empresa no Facebook, consta que a fanpage existe desde 2011.
Procurada pela reportagem do Jornal de Brasília, pelo telefone, a professora alegou que registrou boletim de ocorrência por estar sendo ameaçada.
“Meus filhos estão acuados, estão com medo”, disse ao telefone. “Vocês não entendem.”
Ao ser questionada do porquê ter mentido, Fátima desconversou e solicitou que a reportagem ligasse em cinco minutos pois “estaria fazendo um pagamento”. Como combinado, a reportagem retornou a ligação sem sucesso. Fátima desligou o celular.
O Jbr. encaminhou à professora as seguintes perguntas pelo whatsapp: Por que a senhora disse que estaria desempregada e precisando voltar a trabalhar sendo que a senhora trabalha vendendo seus cursos online, com valores que variam de R$ 250 a R$ 697?
A senhora recebeu alguma tipo de vantagem, financeira ou de outra espécie, para falar o que disse ao presidente?
Até o momento, Fátima não respondeu à nenhuma das perguntas.
