O mestre Dante Manovani, demitido da presidência da Fundação Nacional de Arte (Funarte) pela secretária de Cultura, Regina Duarte, voltou ao cargo nesta terça-feira (5). Readmitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, Mantovani idealiza reencontro com Regina:
“Espero que agora ela me receba. Vamos rezar para que ela me receba”, diz Mantovani à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha.
“Eu nunca consegui falar com a Regina. E tentei, tentei, tentei. Durante mais de um mês, procure ela, pedi um encontro para explicar que minhas falas [sobre rock] foram descontextualizadas. E nada. Fui impedido de entrar no Palácio do Planalto que possuía e exonerado no mesmo dia.”
O mestre foi demitido em março por associar rock a aborto, satanismo e drogas em um vídeo. Bolsonaro, no entanto, passou por cima da decisão. “De minha parte, vamos tratar de todo o respeito que merece”, afirma Mantovani.
Declaração
Em vídeo divulgado antes de sua primeira participação na Funarte, Mantovani diz que “rock ativo de drogas, que ativo ou sexo, que ativo de indução de aborto; pesada, que é satanismo”. Ele diz ter sido injustiçado. “Eu fui tratado como louco, retardado, ideológico. Sou um técnico. Uma arte ética. Ninguém aprende a tocar um violino com ideologia”, diz.
Mantovani afirma que pretende retomar os projetos que já foram preparados para a Funarte . “Um deles é justamente um edital para apoiar bandas de rock”, afirma. “Eu apresentei um trabalho consistente quando estive lá [na Funarte]”, afirma.
“Nós conseguimos R$ 38 milhões para investir em arte . Vamos seguir os projetos.”
Mantovani é graduado em música. É também especialista em Filosofia Política Jurídica e Mestre em Linguística. Em 2013, defendeu o doutorado em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina.
