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Política & Poder

Presidente da CPI da Saúde minimiza as declarações de autor do fluxograma

Arquivo Geral

25/07/2016 7h19

Josemar Gonçalves

Francisco Dutra
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O presidente da CPI da Saúde, deputado distrital Wellington Luiz (PMDB), procurou minimizar as declarações do ex-subsecretário de Infraestrutura e Logística da Saúde, Marco Júnior. Em entrevista exclusiva ao JBr., ele assumiu a autoria do organograma apresentado pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues. No entanto, segundo o ex-subsecretário, a peça não retrata um esquema de corrupção na pasta da Saúde, mas sim as indicações políticas dentro do órgão.

“As controvérsias apresentadas pelo senhor Marcos Júnior não alteram o fato dele ter desenhado aquele organograma. O que tem valor para a investigação são duas coisas: primeiro, são as gravações da conversa que ele teve com Marli; segundo, será o depoimento dele na CPI. Se ele mentir incorrerá em crime”, afirmou Wellington.

Classificado como peça-chave para os trabalhos da comissão, Junior será o primeiro personagem a ser convocado para depor em agosto. Na sequência, os deputados esperam ouvir o ex-secretário de Saúde, Fábio Gondim, o atual subsecretário de Infraestrutura e Logística, Marcello Nóbrega e, por fim, o ex-diretor do Fundo de Saúde do DF, Ricardo Cardoso.

Conforme o relato de Júnior, a presidente do SindSaúde tinha o interesse de chegar à verdade, no entanto ela desvirtuou alguns pontos da história. “Ela fugiu um pouco da realidade. Pegou a gravação (com o vice-governador Renato Santana) e juntou com o desenho, que não tinha nada a ver”, disse Júnior. “Não foi um papel que eu escrevi (sobre propina). Foi um papel que eu ajudei a identificar as nomeações de quem estava lá”, acrescentou.

Saiba mais

O fluxograma apresenta vários nomes, entre eles os do governador Rodrigo Rollemberg, da primeira dama Márcia Rollemberg e do chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio.

A peça também levanta dúvidas quanto aos deputados distritais Cristiano Araújo (PSD) e Robério Negreiros (PSDB), membros da própria CPI.

Nesta semana, a CPI buscará documentos sobre o caso com o Ministério Público. Segundo Wellington Luiz, Marli Rodrigues teria entregue provas que não apresentou à comissão na semana passada.

GDF levará as OSs à frente

Do ponto de vista do núcleo do governo, o depoimento de Marli Rodrigues na semana passada se resume a uma palavra: pirotecnia. Amigo, conselheiro e aliado político do governador Rodrigo Rollemberg, o secretário de Mobilidade Urbana, Marcos Dantas, considera que as denúncias não tem sustentação.

Na avaliação de Dantas, as denúncias são uma ofensiva contra o projeto de contratação de Organizações Sociais (OSs) para serviços da Saúde. “Estes ataques partem de um sindicalismo atrasado. Ele combate novas formas e métodos. E estamos sugerindo mudanças que incomodam os dirigentes de corporações. Os dirigentes não estão preocupados com a melhoria do atendimento da população. Estão preocupados com a mudança do status quo”, desabafou Dantas.

O turbilhão causado pelas denúncias pode abalar o cronograma para o lançamento dos primeiros editais de contratação para OSs. No entanto, mesmo com o eventual atraso, o governo ainda pretende levar o projeto à frente. Para Dantas, o debate não deve mais se ater à episódios do passado, mas sim a redação de contratos seguros e eficientes para a população. O secretário argumentou que projeto começará de forma setorizada, em Ceilândia, justamente para facilitar a fiscalização e o controle.

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