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Política & Poder

‘Por acaso houve mortes em massa nos supermercados?’, diz Crivella ao defender volta às aulas no Rio

Na transmissão online, o prefeito também afirmou que os sindicatos dos professores são contrários à retomada das aulas presenciais por questões políticas

Redação Jornal de Brasília

18/08/2020 16h18

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Rio de Janeiro, RJ

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), voltou a defender a reabertura das escolas municipais na cidade. Durante declaração na noite desta segunda-feira (17), em uma transmissão pela internet, Crivella comparava os profissionais da educação com os de outras atividades que se mantém em funcionamento durante a pandemia da Covid-19.

“Por acaso nós tivemos um surto nos trabalhadores de farmácia, nos trabalhadores de petshop, ou nos trabalhadores de supermercados? Morreram em massa?”, disse Crivella que era acompanhado pela secretária municipal de Educação, Talma Suane, e pelo vereador Felipe Michel (Progressista).

Na transmissão online, o prefeito também afirmou que os sindicatos dos professores são contrários à retomada das aulas presenciais por questões políticas. “O sindicato não pensa na criança, está pensando em quanto vai ter como professor para se manter no poder”, disse.

Um decreto do governo do estadual mantém as aulas presenciais suspensas até a próxima quinta-feira (20). Uma liminar da Justiça proíbe que a Prefeitura do Rio autorize qualquer atividade presencial nas escolas particulares, sob multa diária de R$ 10 mil.

“Eu sou grupo de risco, eu parei de trabalhar um dia? E Deus não me protegeu? Ora, então por que um professor de 20 ou 30 anos sem comorbidade não pode trabalhar? Ou uma merendeira de 20 ou 30 anos não pode trabalhar?”, afirmou o prefeito.

O coordenador do Sepe-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro), Gustavo Miranda, rebateu as críticas do prefeito. Segundo ele, caso ocorra alguma convocação para o retorno ao trabalho nas escolas públicas, os profissionais da categoria vão entrar em greve.

“Para nós não importa se é oposição, situação, partido A ou B. O sindicato adotou a posição de que, no momento atual, não há o controle da pandemia, por isso, não é a hora de abrir escola. Se fosse outro prefeito, teríamos a mesma posição”, disse Miranda, lembrando que as crianças assintomáticas podem transmitir o vírus para os seus pais e avós.

Para o coordenador do sindicato, as atividades citadas pelo prefeito, que funcionam de modo presencial, não podem ser comparadas com as escolas. “As farmácias se preparam para receber clientes na pandemia, mas o cenário é totalmente diferente quando se trata com crianças e adolescentes. Querer que crianças de seis, sete anos cumpram regras de segurança, ou até mesmo o adolescente mais velho, é muito complicado”.

Na manhã desta terça-feira (18), a prefeitura publicou nota informando que defende a reabertura de refeitórios de escolas públicas, sob o cumprimento de todos os cuidados sanitários, para oferecer alimentação de qualidade, incluindo proteínas – carne, peixe e frango aos alunos. “Esses alimentos não podem constar em cestas básicas e o objetivo da Prefeitura é atender as crianças que mais precisam”, diz a nota.

Ainda de acordo com a prefeitura, o retorno presencial de aulas na rede pública municipal de ensino ainda não tem data marcada, mas vem sendo debatido pela Secretaria Municipal de Educação e com os representantes envolvidos. “Quando este retorno acontecer, precisará também seguir as regras sanitárias do novo normal para a proteção de alunos, professores e demais trabalhadores”, informa outro trecho da nota. (Waleska Borges)

As informações são da FolhaPress

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