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Política & Poder

Para Planalto, suspensão da vacina de Oxford foi ‘balde de água fria’

A vacina, que está sendo desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, era considerada a principal aposta de Bolsonaro e do governo brasileiro

Redação Jornal de Brasília

09/09/2020 5h32

O anúncio da suspensão dos testes clínicos da vacina contra covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, foi recebido no Palácio do Planalto como “um balde de água fria”, nas palavras de um auxiliar do presidente Jair Bolsonaro. A vacina, que está sendo desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, era considerada a principal aposta de Bolsonaro e do governo brasileiro para imunizar a população contra o novo coronavírus. A suspensão dos estudos deixou Bolsonaro e integrantes da equipe bastante preocupados.

Agora, sem essa alternativa, o Palácio do Planalto aguarda a avaliação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, para decidir o que fazer. Em nota divulgada na noite desta terça-feira, 8, o Ministério da Saúde informou que foi notificado por e-mail pela AstraZeneca, mas disse estar mantido “o compromisso em garantir uma vacina segura e eficaz em quantidade para a população brasileira”. A pasta também procurou adotar tom de cautela, sob o argumento de que a pausa no estudos clínico é um “procedimento padrão de avaliação de segurança”, na tentativa de investigar qualquer reações adversas.

“A pausa no estudo significa que não haverá inclusão, neste momento, de novos participantes. Entretanto, aqueles já incluídos seguem em acompanhamento para avaliação da segurança e eficácia”, diz a nota do Ministério da Saúde.

Bolsonaro e Pazuello chegaram a conversar, mas ainda não há definição sobre os próximos passos. Na noite desta terça, o ministro reuniu sua equipe para tratar do assunto. O governo quer avaliar os desdobramentos da suspensão temporária do estudo para definir novos procedimentos.

No momento, as duas outras opções de vacina são a chinesa e a russa. A principal parceria brasileira, no entanto, era com a vacina desenvolvida por Oxford, com quem o governo federal tinha acertado um protocolo de intenções que prevê a disponibilização de 30 milhões de doses até o fim do ano. Estava concluindo as negociações para o pagamento e a assinatura de um acordo final que incluía a transferência de tecnologia para produção nacional, conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os testes clínicos foram suspensos por suspeita de reação adversa grave em um dos voluntários participantes no Reino Unido.

Na reunião ministerial desta terça, no Palácio do Planalto, Pazuello teve de responder à pergunta da youtuber mirim Esther Castilho, “escalada” por Bolsonaro para questionar seus auxiliares, e disse que a previsão era de a vacina chegar ao Brasil em janeiro de 2021. A reunião, no entanto, aconteceu antes do anúncio da suspensão dos testes clínicos por suspeita de reação adversa grave em um dos voluntários participantes no Reino Unido.

Estadão Conteúdo

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