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Política & Poder

Orlando Silva diz que entrevista de Russomanno sobre ‘mãe de leite negra’ é enciclopédia do racismo

Ao ser questionado sobre o motivo para ter repudiado ação da gestão Bruno Covas (PSDB) no dia da Consciência Negra, Russomanno disse: “Não vou polarizar essa questão. Eu fui criado por uma mãe de leite negra. Eu sou uma pessoa que não vejo diferença entre os negros e os brancos

Redação Jornal de Brasília

06/11/2020 15h45

Foto: Agência Câmara

CAMILA MATTOSO
BRASÍLIA, DF

O candidato à Prefeitura de São Paulo Orlando Silva (PCdoB) classificou como uma “enciclopédia de racismo” a participação de Celso Russomanno (Republicanos) na sabatina Folha de S.Paulo/UOL, nesta sexta-feira (6), em que o concorrente disse ter sido criado por uma “mãe de leite negra” e ter tido uma namorada negra.

Ao ser questionado sobre o motivo para ter repudiado ação da gestão Bruno Covas (PSDB) no dia da Consciência Negra, Russomanno disse: “Não vou polarizar essa questão. Eu fui criado por uma mãe de leite negra. Eu sou uma pessoa que não vejo diferença entre os negros e os brancos. Tenho grandes amigos que são negros. E tive namorada, inclusive. Eu não tenho problema nenhum com isso. Agora, a prefeitura não pode fazer uma campanha e não dizer para população o que é que ela está fazendo”.

Silva classificou a fala como repugnante. “É difícil pensar em algo mais violento que a vida das escravizadas submetidas à condição de amas de leite: estupradas e obrigadas a ter filhos permanentemente, separadas deles com violência, compradas, vendidas, alugadas para cumprir esta função que as brancas rejeitavam”, disse.

“Não falta na entrevista, é claro, os clássicos do racismo ‘tenho até amigos negros’, ‘até namorei negras’. Mas nada me revolta mais, como negro, do que essa afirmação abjeta sobre as amas de leite. Isso dói na alma de quem conhece a história da escravidão e o racismo estrutural”, completou o deputado federal.

Russomanno classificou a ação da Prefeitura de São Paulo, que colocou imagens de punhos fechados em semáforos, como “vandalismo” e tentou associá-la à promoção de ideologias de esquerda.

As informações são da FolhaPress

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