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Política & Poder

“Oremos. Força SUS”, diz Mandetta após saída de Teich do Ministério da Saúde

Assim como Mandetta, Teich vinha apresentando discordâncias com o posicionamento do presidente Bolsonaro sobre as medidas de combate ao novo coronavírus

Aline Rocha

15/05/2020 12h41

Foto: Evaristo Sá/AFP

Poucos minutos após o agora ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciar a demissão da pasta nesta sexta-feira (15), o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta usou suas redes sociais para se pronunciar. “Oremos. Força SUS. Ciência. Paciência. Fé!”, disse. Veja:

O ministro saiu do cargo antes mesmo de completar um mês. Ele foi chamado para o ministério em 17 de abril, após a demissão de Mandetta. Assim como ele, Teich vinha apresentando discordâncias com o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre as medidas de combate ao novo coronavírus. Uma das principais medidas de discordância é o uso da cloroquina no sistema de saúde brasileiro. 

Ao deixar o Palácio da Alvorada pela manhã, Bolsonaro afirmou que, ainda hoje, o Ministério da Saúde mudaria o protocolo de uso da cloroquina no sistema de saúde. Mesmo com eficácia não comprovada, o presidente defende a prescrição ampla da medicação.

Críticas

Além de Mandetta, João Doria também falou sobre o assunto. No início da coletiva de imprensa feita diariamente para tratar sobre os casos de coronavírus em São Paulo, Doria voltou a criticar Bolsonaro e fez menção à demissão de Teich. 

“Fez com Gustavo Bebianno, fez com Santos Cruz, fez com Sergio Moro, fez com Mandetta e agora fez também com Nelson Teich. Presidente Bolsonaro, governe. Administre o país com equilíbrio, com paz no coração, com compreensão, com discernimento e com grandeza. Pare com agressões e conflitos. Parece de colocar o país dentro de um caldeirão interminável de brigas e atritos”, disse o governador de SP.

“O presidente Bolsonaro mistura os canais e pensa que governar o Brasil é administrar a sua família. Não é, presidente. Não estamos numa brincadeira, não estamos em um campeonato de jet ski, não estamos disputando tiro ao alvo, não estamos fazendo churrasco. Estamos enfrentando uma seríssima crise”, voltou a criticar. 

A líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Fernanda Melchionna, criticou a troca de ministros da Saúde em meio à pandemia. “O pedido de exoneração de Teich, após menos de um mês da demissão de Mandetta e em plena escalada da pandemia, é muito grave. Essa dança de cadeiras é mais uma tentativa do Bolsonaro de tutelar todo e qualquer ministro para impor sua visão obscurantista, autoritária e contra a Ciência. A disputa em torno da liberação do uso da cloroquina, mesmo sem evidências científicas, e a guerra que o governo vem fazendo para forçar o fim do isolamento social mostra que o negacionismo está no posto de mando. A irresponsabilidade de Bolsonaro já está custando vidas. É preciso que Rodrigo Maia aceite o pedido de impeachment já!”

Manifestações

Pouco tempo após o anúncio, foram registrados panelaços e buzinaços e gritos de “Fora Bolsonaro” pelo Brasil em apoio ao agora ex-ministro. Um dos locais com mais registros dessas manifestações de apoio a Teich foi o Rio de Janeiro, na Zona Norte e na Zona Sul.  

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