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Política & Poder

Nora de Flordelis conta que sabia da morte de pastor

Em março do ano passado, o pastor Anderson do Carmo procurou o filho e a nora com um tablet nas mãos. No aparelho, havia uma mensagem

Redação Jornal de Brasília

04/09/2020 7h18

“Não havia a menor dúvida de nossa parte. Só aguardamos que a Justiça concluísse o que já sabíamos antes mesmo do crime”. É o que conta Luana Rangel Pimenta, mulher de Wagner Pimenta, conhecido como Misael, vereador e quinto filho adotivo da deputada Flordelis e do pastor Anderson do Carmo.

Em março do ano passado, três meses antes de ser morto a tiros na porta de casa, Anderson procurou o filho e a nora com um tablet nas mãos. No aparelho, havia uma mensagem. “Ele mostrou para a gente o que estava escrito, era um pedido de morte escrito por alguém da família. Nós desconfiamos e falamos que poderia ser a Flor. Mas ele não acreditava nisso, que ela fosse capaz”, relembra Luana.

A nora diz que chegou a essa conclusão pelas conversas que ouviam na casa dos sogros. “As filhas (Simone e Marzy, presas pelo crime) faziam a cabeça dela. Diziam para a Flor que era ela a dona do poder, que ela era a deputada e que não deveria deixar que Anderson tomasse conta de tudo como fazia. E a Flordelis ficava sempre quieta em vez de defender o marido. Eu tenho para mim que fizeram a cabeça dela”, imagina Luana.

A conclusão da nora tem a ver com a relação que Flordelis e Anderson do Carmo tinham.

“Não havia espaço para traição da parte dele ou dela. Eles viviam grudados. E meu sogro era louco pela mulher. Ele faria qualquer coisa pela Flordelis. Todos viam isso.”

Igreja com dias contados

Após o assassinato, Luana diz que passou a questionar a forma de congregar. “Não duvidei ou perdi minha fé hora nenhuma. Mas questionei a forma de congregar, como tudo nos é passado”, revela ela, que hoje frequenta uma nova igreja evangélica, mas não pentecostal como a de Flordelis.

Na época em que estava no mesmo ministério cristão da sogra, Luana também dava expediente na gerência e contabilidade. Por isso, acha tão estranho a pastora dizer que não sabe onde está o dinheiro, algo em torno de R$ 6 milhões, que ela diz terem sumido e um motivo para que alguém cometesse o crime: “Acho engraçado porque ela recebia todo mês um relatório detalhado de tudo. O pastor fazia questão de conferir. A Flordelis deve estar com amnésia”, alfineta Luana.

Luana, que foi exonerada por Flordelis de seu gabinete após ela e o marido irem depor contra ela na polícia, diz que ainda se preocupa com a segurança de sua família. “Fomos ameaçados, tentaram nos comprar, hostilizados por defensores dela no Instagram, mas não desistimos. Medo eu tenho. Não vou mentir. Falo com meu marido que ele precisa de um carro blindado. Mas não temos condições para isso agora. É contar com Deus e a justiça dos homens”.

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