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Política & Poder

‘Não parece trapalhada, cheira a crime de responsabilidade’, diz líder do Cidadania sobre ‘fuga’ de Weintraub

A suspeita é que Weintraub tenha usado a condição de ministro para desembarcar em Miami e, assim, driblar as restrições de viagens para brasileiros

Redação Jornal de Brasília

23/06/2020 15h04

WEINTRAUB

O líder do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), defendeu nesta terça-feira, 23, a abertura de uma investigação para apurar os motivos que levaram o Planalto a republicar a exoneração do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Para o parlamentar de oposição, pode ter ocorrido crime de responsabilidade.

Após uma ‘retificação’ no Diário Oficial da União para alterar a data da demissão, o governo admitiu que o pedido de exoneração do então ministro só foi formalizado depois que ele deixou o País, no último sábado, 20.

A suspeita é que Weintraub tenha usado a condição de ministro para desembarcar em Miami e, assim, driblar as restrições de viagens para brasileiros em razão da pandemia de covid-19. Ele, que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal em duas frentes, por ter chamado os integrantes da Corte de vagabundos e pedido sua prisão e por suposto crime de racismo contra os chineses, chegou a admitir em entrevista que temia ser preso.

Depois de questionamentos sobre possível colaboração de órgãos oficiais à saída do ex-ministro do País, o Planalto publicou uma errata nesta terça, 23, alterando a data da demissão para 19 de junho.

“Não nos parece uma simples trapalhada. Cheira a crime de responsabilidade. É preciso destacar que o anúncio da demissão do ministro se deu num dia e apenas 48 horas depois, quando ele já estava em solo americano, onde está proibida a entrada de brasileiros comuns, é que ocorreu a publicação de sua exoneração. A retificação com mudança da validade dessa demissão mostra que algo está muito errado. É preciso apurar com rigor”, cobrou o deputado.

O líder do Cidadania disse ainda que a situação do ministro pode ser contestada nos Estados Unidos. “Quem chegou lá se declarando ministro de Estado pode, eventualmente, ser responsabilizado por crime de falsidade ideológica. É ruim para a imagem do Brasil”, diz o parlamentar.

Ontem, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União entrou com uma representação para que a Corte apure se houve participação irregular do Itamaraty na viagem do ex-ministro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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