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Política & Poder

Na Índia, Bolsonaro participa do Dia da República e vê desfile militar

Bolsonaro foi o convidado de honra do primeiro-ministro Narendra Modi – todo ano um líder internacional é escolhido.

Redação Jornal de Brasília

26/01/2020 9h39

India’s Prime Minister Narendra Modi (L) greets President Ram Nath Kovind (C) and Brazil’s President Jair Bolsonaro (centre R) as they arrive to attend the Republic Day parade in New Delhi on January 26, 2020. (Photo by Money SHARMA / AFP)

O presidente Jair Bolsonaro participou na manhã deste domingo, 26, da cerimônia do Dia da República da Índia, a principal data nacional do país. Com forte esquema de segurança e realizada na principal avenida da cidade, é uma celebração para destacar os valores, a cultura e as conquistas do povo indiano. Bolsonaro foi o convidado de honra do primeiro-ministro Narendra Modi – todo ano um líder internacional é escolhido.

O Exército, a Marinha e as Forças Armadas da Índia também foram exaltadas na larga esplanada Rajpath, onde ficam importantes edifícios públicos de Nova Délhi. A segurança do evento foi feita com drones, dez mil guardas, bloqueios de avenidas, ruas e alamedas. Em alguns momentos, o desfile lembrou os das escolas de samba do carnaval brasileiro.

Carros alegóricos exaltavam elementos dos diferentes Estados que integram a Índia, um país continental multicultural de 1,3 bilhão de habitantes. A transmissão do evento foi realizada por vários canais locais e foi o assunto mais comentado no Twitter indiano. O rosto do presidente, que sentou ao lado de Modi, foi mostrado diversas vezes. Devido ao fuso de oito horas e meia e à agenda intensa, ele aparentava cansaço.

Símbolos da arquitetura milenar, camelos com ornamentos, elementos da gastronomia, músicas típicas, malabaristas, acrobacias e apresentações com roupas características foram os pontos altos do desfile. Helicópteros e caças fizeram acrobacias sobre a esplanada e animaram a população local com voos rasantes

Avaliação

Questionado ao final do evento sobre o que achou do poderio militar indiano, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “os de ponta não estavam ali”. “Todo mundo sempre esconde essa questão. Mas é um país nuclear, graças obviamente ao seu poderio, é um país que ajuda a decidir o futuro da humanidade”.

O presidente disse que a Índia “não chega às últimas consequências” com países da região “certamente pelo poderio bélico”, mas negou o interesse em armas nucleares. “Está na nossa Constituição que abdicamos da energia nuclear a não ser para fins pacíficos.” Apenas nove países têm armas nucleares: Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte.

Bolsonaro está na Índia desde sexta-feira, onde assinou 15 acordos bilaterais, visitou o memorial do líder pacifista Mahatma Gandhi, conheceu um bazar turístico e participou do Dia da República. A agenda termina na segunda-feira, com um encontro com empresários e uma visita ao monumento Taj Mahal.

Protestos

A visita do presidente Jair Bolsonaro à Índia foi bastante enaltecida pelo primeiro-ministro Narendra Modi e por seus apoiadores, mas não foi unanimidade. Os críticos do presidente afirmam que ele não representa os valores da cultura indiana e não seria o convidado mais adequado para a data. No Twitter, ao lado da hashtag #RepublicDay como tópicos em destaque, havia também a mensagem #GoBackBolsonaro.

Estadão Conteúdo

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