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Política & Poder

Mourão vê como “hipocrisia” universidades se recusarem a voltar às aulas presenciais em meio à pandemia

Vice-presidente pediu coerência. “As pessoas saem para a rua, vão para bares, restaurantes, mas não podem ir para aula”, declarou

Redação Jornal de Brasília

03/12/2020 12h38

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, falou nesta quinta-feira (3) sobre a reação adversa da comunidade acadêmica à medida do Ministério da Educação de retorno às aulas. Na quarta (2), o MEC decretou que as aulas presenciais deverão ser retomadas a partir de 4 de janeiro de 2021. Mourão classificou as críticas como “hipocrisia”

“Isso é um assunto controverso, porque acho que até tem certa hipocrisia. As pessoas saem para a rua, vão para bares, restaurantes, mas não podem ir para aula”, criticou o vice-presidente. “A mesma turma que não quer voltar para aula, vai para balada, vai parar bar. Então, vamos ser coerente nas coisas”, completou.

Mourão disse ainda que, “com boa vontade”, a retomada será possível. “Lá no Espírito Santo eles estão com aula presencial. Vai metade da turma num dia, metade no outro, de modo que você tenha o distanciamento na sala de aula”, exemplificou.

Ensino superior volta às aulas presenciais em janeiro, determina MEC

Em nota, a Universidade de Brasília (UnB) disse que recebeu “com surpresa” a ordem de retomada. “Chama a atenção a edição de um normativo como esse, específico para instituições federais, em um momento de aumento das taxas de contaminação pelo coronavírus em diversos estados e no Distrito Federal”, afirma. “A pandemia, lamentavelmente, ainda não deu sinais de arrefecimento – pelo contrário.”

Princípio da autonomia universitária

Para a UnB, a portaria do MEC ignora o princípio da autonomia universitária, previsto na Constituição Federal. A universidade reitera que tem acompanhado a evolução da pandemia e elaborou um plano de retomada a ser cumprido em cinco etapas, com retorno às atividades de forma gradual. “As discussões sobre o formato do próximo semestre (2º/2020), previsto para começar em 1º de fevereiro de 2021, ainda estão sendo feitas pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).”

“A Universidade de Brasília reitera que não colocará em risco a saúde de sua comunidade. A prioridade, no momento, é frear o contágio pelo vírus e, assim, salvar vidas. A volta de atividades presenciais, quando assim for possível, será feita mediante a análise das evidências científicas, com muito preparo e responsabilidade.”

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