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Política & Poder

Moro nega no Senado conluio ou convergência com MP durante Operação Lava Jato

Moro aceitou participar da CCJ voluntariamente. Nesta quarta (19), ele fala à Comissão a respeito das informações sobre ele vazadas

Lindauro Gomes

19/06/2019 11h26

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza audiência pública interativa para ouvir o ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, sobre informações e esclarecimentos a respeito das notícias veiculadas na imprensa relacionadas à Operação Lava Jato. rrÀ mesa, ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.rrFoto: Pedro França/Agência Senado

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, negou nesta quarta-feira, 19, que tenha havido conluio ou convergência com investigadores enquanto era juiz da Lava Jato. O ministro deu a declaração no início da audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para esclarecer supostas mensagens trocadas entre ele e procuradores da operação

Para se defender da acusação de que houve conluio, Moro apresentou dados sobre as ações e sentenças da Lava Jato. Por exemplo, citou que houve 45 sentenças judiciais e que o Ministério Público recorreu de 44, além de que 91 dos 298 pedidos de prisão foram indeferidos. “Se falou muito em conluio. Os dados são um indicativo de que não há convergência absoluta entre ministério Público e juízo ou entre polícia e juízo”.

Moro começou sua fala inicial declarando que não tem “nada a esconder”.

“A ideia é esclarecer muito em torno do sensacionalismo criado em cima dessas notícias”, afirmou.

Mensagens

‘Não tenho essas mensagens para afirmar se conteúdo é autêntico ou não’, diz Moro

Durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Moro diz que não pode reconhecer a autenticidade de mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil com procuradores da Lava Jato e voltou a dizer que não há irregularidade nos conteúdos apresentados, mas “sensacionalismo” Ele declarou novamente que não praticou nada de ilícito enquanto era juiz responsável pelo julgamento de casos da operação em Curitiba.

Evidentemente pode ter havido alguma troca de mensagens, mas nada que não tenha sido normal se fosse presencial. Não estou dizendo que reconheço autenticidade, não tenho como dizer disso. Do texto, como eu li particularmente e muitas outras pessoas que se pronunciaram sobre o assunto não viram qualquer espécie de infração.” Ele ainda levantou a possibilidade de as mensagens terem sido alteradas antes de serem publicadas. Moro alegou não possuir mais o conteúdo das conversas.

O ex-juiz da Lava Jato registrou que seu celular foi atacado no dia 4 de junho e que informou o ocorrido à Polícia Federal. De acordo com informações citadas por ele, não houve captura do conteúdo do aparelho. Ele reconheceu ter usado o aplicativo Telegram durante um período e parado de usar o mesmo em 2017.

Engano

Moro ainda afirmou que se enganou quando pensou que, saindo da magistrado, os ataques contra seu trabalho iriam acabar. “Eu sempre agi conforme a lei”, declarou. “Não foi algo fácil, fui sempre constantemente vítima de ataques. Pensei que, saindo da magistratura e vindo a assumir essa posição de ministro, tenha se passado esse revanchismo, esses ataques ao trabalho do juiz enfrentando ali a corrupção com aplicação imparcial da lei, teriam acabado, mas pelo jeito aqui me enganei.”

O ministro classificou o caro como uma invasão feita por um grupo criminoso organizado. Ele levantou três possibilidades como objetivos de uma eventual organização criminosa: invalidar condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, obstaculizar investigações em andamento ou “simplesmente” atacar instituições.

Estadão Conteúdo

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