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Política & Poder

Ministra da Agricultura esvazia as gavetas mas é contida por militares

Contrariada com ataques que vem sofrendo nas redes sociais, a ministra Teresa Cristina, sinalizou deixar a pasta, mas “bombeiros militares” apagaram o incêndio

Lucas Valença

30/04/2020 6h50

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, durante cerimônia de assinatura de acordo de cooperação técnica para promover ações conjuntas, visando prevenir a ocorrência da chamada “venda casada” na tomada de crédito agrícola.

A ministra da Agricultura, Pecurária e Abastecimento, Tereza Cristina (DEM), estava disposta a deixar o governo federal na semana passada ainda durante a crise que resultou na saída do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

O possível retorno à Câmara Federal como deputada eleita foi contido por integrantes militares do Palácio do Planalto que procuraram evitar um novo constrangimento do governo.

A insatisfação de Tereza Cristina, de acordo com fontes, se dá por conta das suas relações políticas. A ministra é do DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e reclama que vem sendo atacada pela militância virtual do presidente por conta dessa proximidade com Maia.

O impulsionador desses ataques, informam as fontes, seria o vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente da República, Carlos Bolsonaro.

O “02” tem sido considerado o responsável por gerir as atividades do chamado “gabinete do ódio”, onde há suspeitas de disparos de fake news contra adversários ou desafetos políticos.
Tereza Cristina já havia esvaziado as gavetas quando representantes próximos ao presidente atuaram como bombeiros e evitaram a sua saída para impedir mais um desfalque importante na Esplanada dos Ministérios.

A ação dos “generais” foi feita também para evitar que reação semelhante acontecesse com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Guedes ficou contrariado por não ter participado da elaboração do programa de obras idealizado pela cúpula militar do governo para tirar o país da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Bolsonaro congelou o programa e fez afagos ao ministro da Economia. O aceno à equipe econômica resultou em um aumento de confiança vinda de investidores da Bolsa de Valores.

A representante do agronegócio brasileiro foi escolhida para o cargo ainda durante a transição do governo federal após indicação da bancada ruralista.

A assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura informou que não comentaria o assunto e que a “ministra Tereza Cristina segue sua rotina de trabalho”.

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