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Política & Poder

Maia sobre Sérgio Moro: não sei se ele é candidato, mas tem reagido como político

Para Maia, se a reação política de Moro irá gerar uma candidatura é o “tempo quem vai dizer”

Marcus Eduardo Pereira

01/06/2020 18h50

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, durante sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou nesta segunda-feira (01) que o ex-ministro Sergio Moro tem reagido “como um político” após sua saída do governo Bolsonaro. “Não sei se é candidato, acho que ele tem reagido como político, não sei se como candidato”, afirmou em entrevista ao jornalista Tales Faria, do UOL.

Para Maia, se a reação política de Moro irá gerar uma candidatura é o “tempo quem vai dizer”. “Mas que a reação dele tem sido política, sem dúvida nenhuma. Ele tem feito um confronto, tem tentado gerar alguma polarização dele com o presidente da República. Isso está dado”, afirmou o presidente da Câmara.

Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar Moro ao acusá-lo de dificultar a posse e o porte de armas, o que demonstraria a falta de alinhamento do ex-juiz da Lava Jato com o seu governo. Moro deixou a pasta no dia 24 de abril, após Bolsonaro decidir trocar o comando da Polícia Federal. Ele acusa o presidente de tentar interferir indevidamente no órgão de investigação.

Em resposta às declarações dadas hoje por Bolsonaro, o ex-ministro afirmou que as ofensas do chefe do Executivo ‘refletem o estilo populista, com sinais de autoritarismo’ que tem caracterizado seu governo. Segundo Moro, as declarações de Bolsonaro ‘apenas ilustram seu sentimento de inadequação’.

Prorrogação de mandatos não deve ser saída em eventual adiamento de eleição

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a criticar a prorrogação de mandatos como uma saída em eventual adiamento das eleições municipais de 2020 em razão da pandemia. Para Maia, o pleito pode, “no limite”, ser adiado, mas sem prorrogação de mandatos. O presidente da Câmara defendeu que as eleições ocorram ainda neste ano.

Segundo Maia, uma mesa com especialistas na área da saúde deve ser organizada para que se discuta os riscos de manter as eleições para outubro. “Se for arriscado, em quanto adia? Em mais 30 dias, 40 dias, 60 dias?”, comentou Maia em entrevista ao jornalista Tales Faria, do UOL.

Na visão do parlamentar, a prorrogação de mandatos se tornaria um precedente perigoso. “É um risco institucional muito grande”, disse. O entendimento de Maia é que, no futuro, isso pode ser utilizado eventualmente para um governo “com ampla maioria” no Congresso esticar sua permanência no Poder.

“Não para o governo Bolsonaro, que eu acho que ele nunca vai querer ter maioria no Parlamento. Mas daqui a oito anos, um governo com ampla maioria encontra motivo para uma crise e prorroga seu mandato utilizando como precedente a prorrogação de prefeitos e vereadores. Esse é o único risco que não podemos correr. Adiar, no limite, podemos fazer. Prorrogar seria um erro muito grande”, disse.

Pretensões

Maia ainda afirmou que não está preocupado com a próxima eleição para a presidência da Câmara, programada para ocorrer em fevereiro de 2021. “Com quase 30 mil mortos, acha que estou preocupado com eleição para a presidência da Câmara?”, respondeu

Questionado ainda sobre seu futuro na política, e se haveria uma pretensão a ser candidato à presidência da República, Maia afirmou que não está “olhando” para isso no momento. “Todo mundo tem pretensões, eu também tenho as minhas, mas não estou olhando isso agora”, afirmou.

Estadão Conteúdo

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