Menu
Política & Poder

Maia defende alternância de poder nos EUA e diz que, sob Trump, só Brasil cedeu

Essa mudança seria uma contraposição ao atual “extremismo” da maior potência do mundo, segundo Rodrigo Maia

Redação Jornal de Brasília

02/11/2020 14h37

Danielle Brant
Brasília, DF

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a vitória do democrata Joe Biden nas eleições americanas seria um “bom caminho” para um mundo menos polarizado, depois de quatro anos de “extremismo” do país governado por Donald Trump.

Maia deu as declarações em videoconferência do jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (2).

“Eu pessoalmente acho que, para as democracias do mundo ocidental, talvez uma alternância de poder seja um bom caminho para que a gente possa voltar para um rumo de menos polarização e mais equilíbrio”, disse.

Essa mudança seria uma contraposição ao atual “extremismo” da maior potência do mundo, segundo Maia.

A eleição ocorre nesta terça-feira (3). As pesquisas indicam vitória de Biden. O democrata tem atualmente 52% de intenções de voto em nível nacional, contra 43,4% de Trump, segundo dados do FiveThirtyEight. Os números pouco variaram ao longo das últimas semanas de campanha.

O presidente da Câmara também avaliou que, na gestão do republicano, só o Brasil fez concessões nas relações bilaterais.

“Eu não sei se, infelizmente, os EUA dão tanta bola para nossa posição”, ironizou, ao ser questionado sobre sua posição em relação às eleições no país. “Mesmo o Trump usa muito o Brasil, mas não acho que ele dá essa bola toda para o Brasil. Aliás, até agora só o Brasil que cedeu.”

O deputado afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “tem o direito de ter a posição dele”, mas acrescentou não saber se é a “posição correta de um presidente de um país ter opinião e trabalhar em conjunto com outro país” em uma disputa eleitoral.

Admirador do presidente americano, Bolsonaro já afirmou que espera comparecer à posse de Trump.

Pompeo no Brasil Maia voltou a criticar a visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, à fronteira do Brasil com a Venezuela em setembro.

Na avaliação dele, a vinda do secretário de Estado americano a Boa Vista “foi muito ruim, porque pareceu um movimento político do governo americano tentando ajudar a eleição do Trump”.

Pompeo foi ciceroneado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante viagem a Boa Vista em 18 de setembro. Ele foi a Roraima em meio à campanha do presidente Donald Trump à reeleição.

A missão foi duramente criticada por especialistas em relações externas, por ex-chanceleres e no meio político, especialmente por Maia. Na ocasião, o deputado disse que a visita não condizia “com a boa prática diplomática internacional” e afrontava as “tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa”.

Maia afirmou que o US$ 1 bilhão prometido pelos EUA para investimento na área de telefonia “não serve nem para a largada dos investimentos necessários para o 5G”.

Em 20 de outubro, o ministro Paulo Guedes (Economia) e a presidente do Exim Bank (Banco de Exportação e Importação dos EUA) assinaram um memorando para identificar possibilidades de financiamento de exportações dos EUA ao Brasil que podem somar US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,7 bilhões).

Os países se comprometeram a avançar na cooperação no comércio de bens e serviços, especialmente nos setores de telecomunicações e 5G, energia, infraestrutura, logística, mineração e manufaturas.

As informações são da Folhapress

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado