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Política & Poder

“Lula pediu para que a Odebrecht fizesse um projeto em Cuba”, conta Marcelo

“Em Cuba houve um interesse do Brasil de ajudar a desenvolver alguns projetos. E aí Lula pediu para que a Odebrecht fizesse um projeto em Cuba”, contou

Redação Jornal de Brasília

09/12/2019 11h54

Na primeira entrevista desde que deixou a prisão, em 2017, o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odecrecht, afirmou que Lula pediu que a empresa “fizesse um projeto em Cuba.”

Perguntado se a Odebrecht se expandiu internacionalmente com empréstimos do BNDES em países como Cuba, Venezuela e Angola, o ex-presidente respondeu:  “Em todos os países, nós íamos por iniciativa própria, conquistávamos o projeto e buscávamos uma exportação de bens e serviços. Em Cuba houve um interesse do Brasil de ajudar a desenvolver alguns projetos. E aí Lula pediu para que a Odebrecht fizesse um projeto em Cuba”, contou, à Folha de S.Paulo.

Isso começou porque Lula estava visitando o país, passou por uma estrada deteriorada e disse que tinha condições de ajudar. Era para fazer a estrada exportando serviços do Brasil, para gerar emprego, renda e arrecadação, e ajudar Cuba a desenvolver o projeto.

Fomos lá ver a estrada, mas um tufão havia passado e destruído Cuba. O governo cubano desprezou a estrada, queria casas. Mas a gente avaliou as oportunidades e identificou que o melhor para o Brasil, economicamente e do ponto de vista de exportação de bens e serviços, era fazer um porto em Cuba.

A obra de um porto tem muito mais conteúdo que demanda exportação a partir do Brasil. Para fazer uma estrada ou uma casa, em geral, é mais difícil fazer exportação. No caso de um porto, tem estrutura metálica, maquinário, produtos com conteúdo nacional para exportar do Brasil.

O porto também seria um gerador de divisas internacionais, o que ajudaria a pagar o financiamento. Vimos o porto como um local que ajudaria a economia de Cuba. E a nossa expectativa, que infelizmente acabou não se confirmando, até pelo esgarçamento da relação com o Brasil, era que mais empresas brasileiras poderiam se beneficiar do porto em si. Mas infelizmente essa parte ficou pelo caminho.

Marcelo foi preso em junho de 2015 e, hoje, cumpre prisão domiciliar com o uso de tornezeleira eletrônica após firmar acordo de delação premiada, em dezembro de 2017. 

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