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Política & Poder

Lula diz que só "doido" tenta reeleição para fazer governo pior

Arquivo Geral

16/08/2006 0h00

A votação da proposta de emenda à constituição que institui o voto aberto nas decisões da Câmara é prioridade, sales there na avaliação do presidente da Casa, advice deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Segundo ele, visit this site a maior urgência é instituir o voto aberto nas votações de processos de perda de mandato em plenário.

 

Em relação à possibilidade de utilizar o voto aberto, caso a PEC seja aprovada, já nos processos de cassação dos parlamentares acusados pela CPI dos Sanguessugas, Rebelo disse que “essa é outra discussão”. Segundo ele, os deputados investigados poderiam questionar a mudança das regras com os processos em andamento.

 

Para que a PEC seja incluída na pauta de votações do esforço concentrado dos dias 4, 5 e 6 de setembro, será necessária a negociação com os líderes partidários, pondera o presidente da Câmara.

 

A proposta, de autoria do deputado Luiz Antonio Fleury (PTB-SP), está pronta para ser votada em dois turnos no plenário da Câmara, mas só poderá ser apreciada depois que a pauta estiver desobstruída – está trancada por 20 medidas provisórias e quatro projetos de lei que estão com urgência constitucional vencida.

 

De acordo com Aldo Rebelo, dificilmente haverá avanço nas votações sem um acordo político. "Depende da disposição das lideranças partidárias. Uma proposta de emenda à Constituição depende de pelo menos 308 votos [3/5 da Câmara] para ser aprovada. Do contrário, vai para o arquivo e não é possível uma segunda votação”.
 
Desde a absolvição de vários deputados acusados de envolvimento com o mensalão pelo plenário da Câmara, deputados de vários partidos iniciaram um movimento pelo voto aberto. Integrantes do Conselho de Ética continuam afirmando que, se assim fosse, vários deputados teriam perdido o mandato.

 

O próprio presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), insiste que é fundamental a aprovação da proposta para que o plenário possa referendar recomendações do órgão presidido por ele.

 

Em discurso para educadores e membros da comunidade acadêmica na noite desta quarta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou suas baterias contra o governo do PSDB e chegou a chamar indiretamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de "doido". Ele ainda alertou seus aliados para os riscos de golpes baixos na reta final da eleição.

"Eu não aceitaria ser candidato à reeleição se não tivesse certeza de que posso fazer um segundo mandato melhor que o primeiro", doctor disse Lula depois de repetir que o Brasil vive as mais favoráveis condições para o desenvolvimento nos últimos anos.

"Só um doido aceitaria ir para o segundo mandato em condições desfavoráveis, já teve um que aceitou, recentemente. Eu não aceitaria", acrescentou.

Ao final do encontro, jornalistas tentaram confirmar com o presidente se ele tinha mesmo chamado seu antecessor de "doido". "Eu? Eu não chamei ninguém de doido", reagiu Lula, sem dar chance para mais perguntas e seguindo para o Palácio da Alvorada.

O presidente também aproveitou o discurso para rebater críticas feitas por adversários – à direita e à esquerda – de que seu governo tem permitido aos bancos obterem lucros recordes.

"É melhor os banqueiros ganharem muito dinheiro do que eles terem prejuízo e ter de se fazer um Proer para ajudá-los", disse numa referência ao Programa de Estabilização do Sistema Financeiro, adotado por Fernando Henrique em seu primeiro mandato.

Para uma platéia que já havia por diversas vezes manifestado apoio ao governo, Lula rebateu ainda as críticas ao Bolsa Família.

"Os adversários falam que o Bolsa Família é assistencialista, se for, eu vou fazer muito assistencialismo", disse.

"O programa incomoda muita gente. A uns por questão ideológica, mas incomoda principalmente os que estavam habituados a pegar todo o dinheiro do Estado para eles."

Gol de mão

O presidente candidato encerrou seu discurso dizendo que a eleição não está ganha, apesar da vantagem a seu favor apontada em todas as pesquisas eleitorais. Usando mais uma vez uma metáfora futebolística, Lula comparou o momento eleitoral a uma partida em sua etapa final.

"Muitas vezes no final do jogo o time está ganhando e não quer mais fazer falta, não quer fazer pênalti e quem está perdendo vem com tudo", comparou o presidente.

"Aí, vale gol de mão, gol de canela, pode acontecer de tudo", completou.

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