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Política & Poder

Líder da oposição avalia que governo não tem votos para aprovar Previdência

Segundo Molon, a avaliação da oposição é que o governo está blefando e, se o sentimento persistir, o grupo pode desistir da obstrução e liberar o plenário

Aline Rocha

09/07/2019 12h57

Atualizada 12/07/2019 8h08

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou nesta terça-feira que os partidos contrários à reforma da Previdência avaliam que o governo não tem os votos necessários para aprovar a proposta. Por isso, uma das estratégias do grupo poderá ser forçar o início da votação ainda nesta terça para testar o apoio que o texto tem.

Molon contou que, durante a reunião de líderes, o governo propôs que a oposição retirasse os seus requerimentos para que nesta terça a sessão fosse destinada a debates sobre a reforma, mas o grupo não aceitou. A oposição fará uma nova reunião para definir sua estratégia.

“O que percebemos claramente é que o governo não tem os votos para aprovar a matéria e, por isso, o próprio governo propõe jogar a votação para quarta ou para a noite desta terça. Talvez acredite ainda na liberação de emendas para tentar chegar aos 308 votos, um expediente que já deveria ter sido extinto no Brasil, e pelo visto ainda não liberou todas as emendas”, disse.

Segundo Molon, a avaliação da oposição é de que o governo está blefando e, se esse sentimento persistir, o grupo poderá desistir da obstrução e liberar o plenário para votar a proposta “Daí vamos ver se o governo vai votar ou vai pedir o adiamento”, afirmou.

Aguinaldo: é mais saudável para o País ter debate nesta terça do que obstrução

O líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou nesta manhã de terça-feira, 9, que os partidos de centro e da base discutem com a oposição um acordo para que nesta terça o plenário da Casa apenas debata o texto aprovado pela comissão especial da reforma da Previdência. A ideia, de acordo com ele, é vencer essa etapa nesta terça e iniciar o processo de votação da proposta na manhã desta quarta-feira com apenas dois requerimentos de obstrução.

Uma nova reunião de líderes será realizada às 14h para deliberar sobre esta possibilidade. “É uma proposta de entendimento. Estamos tentando vencer a obstrução e nos parece razoável. É muito mais racional e saudável para o País que, ao invés de perder tempo com a obstrução, que se debata o tema. Se esse entendimento não for aceito, vamos para a votação”, disse Ribeiro.

De acordo com ele, a sessão de debates deve durar 5 horas, mas há a possibilidade de se realizar duas sessões, o que somariam 10 horas de discussões. A ideia é que sempre discurse um deputado a favor e um contrário à reforma.

O deputado disse ainda que os destaques que serão apresentados poderão ser feitos até o início do processo de votação. A Câmara só deverá começar a tratar da reforma da Previdência de fato nesta terça à tarde. Até lá, partidos e bancadas realizarão reuniões para definir detalhes das estratégias que serão colocadas em prática ao longo dos próximos dias.

O líder do Podemos, José Nelto (GO), corroborou a tentativa de acordo exposta por Ribeiro. De acordo com ele, a oposição não aceitou fechar um acordo na reunião da manhã. “A oposição insiste em manter a obstrução, mas estamos tentando viabilizar um acordo”, disse.

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