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Política & Poder

Independência ou jogo de cena? Desistência fortalece imagem de Frejat

Arquivo Geral

13/07/2018 17h53

Jofran Frejat. Foto: João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Francisco Dutra
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Apesar de estar bem nas pesquisas, o pré-candidato ao GDF Jofran Frejat (PR) precisa superar sombra negativa de aliados envolvidos com escândalos de corrupção. A imagem de ficha-limpa é estratégica para garantir condições competitivas, especialmente em um provável segundo turno das eleições. Neste sentido, a notícia de que Frejat pensa em desistir da eleição por não aceitar pressão por um loteamento de cargos cai como uma luva, seja para a biografia do republicano, seja para a estratégia da pré-campanha.

“Não estou preocupado com imagem. O governo não pode ser balcão de negócio. Não quero interferência. Ou é para resgatar Brasília ou não vale a pena. Não venderei minha alma ao diabo. Meus princípios têm que ser mantidos. Com tudo que aconteceu na política, no Brasil, parece que as pessoas não entenderam”, afirma Frejat. Adotando uma postura diplomática, o pré-candidato não cita as origens da pressão por cargos.

“Todas as pessoas que forem qualificadas poderão ter oportunidade no governo, se eu ganhar. Para quem não for qualificado, não haverá possibilidade para esse pessoal. Não tenha contra meus aliados, desde que sejam qualificados. Não tenho nada a ver com as coisas que acontecem com A, B ou C”, comenta.

Frejat nega que a desistência seja uma estratégia eleitoral. Após um pedido de calma do presidente nacional do PR, Valdemar da Costa Neto, Frejat promete pensar até segunda-feira (16/07). Até lá, o ex-secretário de Saúde diz que refletirá muito se vale a pena seguir em frente ou não com a pré-campanha.

Papo de bastidor
A órbita de Frejat está repleta de nomes com pendências na Justiça. Por exemplo, o ex-governador José Roberto Arruda (PR) e o presidente regional do PP, Rôney Nemer (PP) respondem ao inquérito da Caixa de Pandora, enquanto o presidente regional do MDB, Tadeu Filippelli, é alvo da operação Panatenaico. Apesar do pré-candidato ser ficha limpa, este ambiente contamina a percepção do eleitorado.

Nos bastidores da política local, a leitura de articulistas de diversos campos é de que o movimento de “desistência” do republicano foi friamente calculado. O ponto de divergência é quanto à origem do gesto. Para um segmento de analistas, Frejat tomou a decisão por conta própria. Frejat teria feito as contas e chegado a conclusão de que teria condições de marcar posição. Outra frente, mais cética, julga que cada passo foi decidido pelo grupo de aliados como um todo. Ou seja, um jogo de cena para captar mais votos.

Em tempo: todos articulistas projetam que Frejat se fortalece com o movimento e que continuará nas eleições.

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