Lucas Valença
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), não ficou nada satisfeito com a rebeldia de alguns aliados na Câmara Legislativa do DF (CLDF), que tentaram criar emendas impositivas para bancadas e blocos parlamentares nessa terça-feira (9). No dia seguinte à expressão do descontentamento, o Buriti emitiu edição extra do Diário Oficial do DF (DODF) com diversas exonerações de cargos de chefia da Administração do Park Way.
A medida foi entendida na CLDF como uma retaliação ao deputado Roosevelt Vilela (PSB) que teria sido um dos aliados insatisfeitos. A exoneração emitida pelo DODF de servidores da administração do Park Way, sendo todos locados em cargos de “chefe, gerente e coordenador”, foi considerada uma resposta ao parlamentar. Todas as demissões foram assinadas pelo próprio governador Ibaneis Rocha.
Um deputado foi enfático ao afirmar a medida foi um “claro recado aos que se rebelaram”. “O governo emitiu um diário oficial extra, de duas páginas, praticamente para exonerar pessoas. Ele serviu de exemplo para os outros, uma clara retaliação ao comportamento deles”, entendeu.
Questionado sobre a proximidade da votação tumultuada da terça-feira (9) com a suposta resposta do governo no dia seguinte, o secretário de Articulação Políticas do GDF, Bispo Renato Andrade, afirmou que as exonerações seriam uma “coincidência” e que não representam uma medida contra o parlamentar. “As coisas acontecem, coincidências acontecem e essa foi uma delas”, justificou.
O secretário até defendeu Roosevelt Vilela. Segundo ele, o governador tem alinhado a base, sendo as mudanças meras “questões técnicas”. Não foi algo contra o parlamentar. “Claro que não, isso é uma suposição. Ele é um grande companheiro, um grande deputado e o governo tem todo o interesse de caminhar junto com ele”, disse.
Considerada uma pauta bomba, já que “engessaria” o orçamento em um momento delicado do Executivo, como defendeu Bispo Renato, as emendas impositivas tramitaram em caráter de urgência por manobra de integrantes da base aliada do governo. A intenção seria “passar um recado” ao governador, já que estariam descontentes com o que reclamavam de “promessas não cumpridas”.
“Entendemos o recado. O governo entendeu o recado, tanto é que estamos chamando os deputados para conversar”, ponderou Renato Andrade. Para ele, o projeto levantado por parte da base, vai de encontro com a visão atual de “desvinculação das receitas”. “É um direito dos deputados (propor o projeto), mas este ato inviabilizaria o orçamento totalmente, já que teríamos de destinar mais R$ 230 mi em emendas suplementares para os deputados”, ressaltou.
Saiba Mais
Entre os que perderam cargos na administração do Park Way, estão o chefe de gabinete, Edher Luiz Silva Muniz; o gerente de Execução de Obras, Rodrigo Nunes Santana; o gerente de Manutenção e Conservação, José Alkanan Nascimento; e o gerente de Licenciamento de Obras e Atividades Econômicas, Lucas Gonçalves de Oliveira.
Procurada, a assessoria do deputado Roosevelt Vilela informou que o parlamentar chegou a “trabalhar com alguns dos servidores” exonerados, mas que as indicações foram feitas pelo governador.
