Da redação
[email protected]
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes espera julgar, ainda em 2019, o recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado pelo à época juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato.
A defesa de Lula afirma que Moro foi imparcial na decisão, baseado em mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil. Nelas, o hoje ministro da Justiça e Segurança Pública conversa com procuradores da força-tarefa da Lava Jato sobre o ex-presidente. Em entrevista ao jornal argentino Clarín, Gilmar Mendes considerou importante analisar o recurso.
“Certamente o que surgirá no debate é se as razões que estão ali [expostas] são suficientes ou se vamos poder usar aquilo que está nas informações do The Intercept”, disse o ministro.
Para Mendes, Moro colocou-se em xeque ao aceitar o cargo de ministro. “Quem se colocou sob questionamento foi o próprio ministro da Justiça, quando optou por deixar o cargo de juiz e assumir uma função governamental servindo a um governo [de Jair Bolsonaro] que derrotou as forças de oposição e que é beneficiário, de alguma forma, de suas decisões”, disse Mendes.
“É um juiz que até ontem era juiz, determinou a prisão do principal candidato a presidente da República e depois aceita o cargo de seu adversário”, afirmou o ministro do STF.
Cinco dos 11 ministros da Segunda Turma do STF estão julgando o recurso. Caso o Tribunal decida que Moro foi parcial, as condenações de Lula no processo do tríplex de Guarujá-SP e do sítio de Atibaia-SP podem ser anuladas. As condenações impediram o petista de concorrer à presidência nas eleições de 2018.