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Política & Poder

GDF antecipa formação de Oficiais da PM por Reforma da Previdência

Arquivo Geral

21/02/2019 12h07

Fotos: Vinicius de Melo/Agência Brasilia

Jéssica Antunes
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O encaminhamento do projeto da Reforma da Previdência ao Congresso Nacional fez com que o Governo do Distrito Federal antecipasse o Curso de Formação de Oficiais Policiais Militares da Polícia Militar do Distrito Federal (CFOPM). Previsto para março, a 23ª turma de aprovados no último concurso começa os trabalhos na segunda-feira (25). Serão três anos de capacitação até que eles estejam efetivamente ruas reforçando o trabalho da corporação.

“Os quadros da PM estão bastante defasados. Chegamos a ter 18 mil homens e hoje temos 10,8 mil. Isso faz com que a capacidade de atendimento à comunidade e a busca ostensiva por segurança diminuam muito. Precisamos repor esses quadros para suprir a necessidade. Nesse momento, que se avizinha a reforma da Previdência, sabemos que muitos vão se aposentar. Temos que nos prevenir”, explicou o governador Ibaneis Rocha (MDB).

As provas concurso foram realizadas em 2017 pelo Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades) e previa o provimento de 50 vagas de início imediato e 150 de cadastro de reserva, com salários de R$ 5.202,59 a R$ 11.894,25. Apesar de o edital do concurso ter sido lançado em 2016, a previsão era de que ele fosse homologado em dezembro de 2017, mas atrasou. O Tribunal de Contas precisou analisar pontos como a existência de um limite para o número de candidatos a serem chamados – a “cláusula de barreira”, que foi mantida.

Quase 14 mil pessoas se inscreveram para prestar o concursos. Foram 10.420 candidatos do sexo masculino e 3.300 do sexo feminino. A corporação foi autorizada a nomear 50% a mais. A próxima turma será convocada entre setembro e outubro com cerca de 60 pessoas.

Fotos: Vinicius de Melo/Agência Brasilia

“Espero que metade dos que esperam integrem ao menos neste ano no curso de formação. Hoje, a PMDF trabalha com quadro reduzido, tanto que implementamos o Serviço Voluntário Gratificado, mas, com instrumentos implementados ao longo do mandato, tenho certeza que vamos recuperar a força de trabalho da PMDF”, declarou o emedebista. Para isso, novos concursos também devem ser lançados.

Parte da comissão de aprovados, o policial José Alberto Ferreira Lopes, 35 anos, comemora a convocação da 23ª turma do certame. “Teríamos 40% do efetivo vago se não entrasse ninguém. Dentro da PM, o oficial coordena as operações da corporação”, diz Alberto. A expectativa é que os chamados nesta quinta supra ao menos o déficit emergencial.

“Estávamos há dez anos sem concurso. Foi pleiteado e deferido por causa da situação da segurança pública”, lembra Filipe Guidi, 32, que também faz parte da comissão de aprovados. Além disso, a Reforma da Previdência também pode impactar os números da corporação. “Vários PMs têm condições de ir para a reserva remunerada. Como o projeto da chegou ao Congresso Nacional, há previsão de debandada”, aponta.

“Serão vistos como heróis”
Anderson Torres, secretário de Segurança Pública e da Paz Social, diz que a reposição dos quadros faz parte da política de governo. “Estamos com crise de recursos humanos grande, a beira de uma Reforma da Previdência que certamente vai nos fazer perder muitas pessoas”, afirmou.

“É uma satisfação e necessidade da corporação tê-los em nosso quadro. A partir de segunda-feira, a segurança da população também estará nas mãos dos senhores”, discursou a comandante da Polícia Militar, Sheyla Sampaio. A coronel comemorou que “finalmente, depois de longos anos”, a corporação contará com turmas na academia de formação, o que não acontecia desde 2009.

Direcionada aos novos policiais, ela pediu: “tenham como meta honestidade lealdade e compromisso com Estado. Tenham certeza que serão vistos como heróis pela sociedade”.

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