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Política & Poder

‘Foi um mês perdido’, diz Mandetta sobre demissão de Teich

A exemplo de Mandetta, Teich deixou o governo após confrontos com o presidente Jair Bolsonaro sobre a melhor estratégia de combate à pandemia do novo coronavírus

Redação Jornal de Brasília

15/05/2020 15h49

mandetta

Health Minister Luiz Henrique Mandetta gestures during a press conference regarding the COVID-19, coronavirus pandemic at the Planalto Palace, Brasilia on March 18, 2020. (Photo by Sergio LIMA / AFP)

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta classificou a nova baixa na pasta, anunciada nesta sexta-feira, 15, como uma perda de tempo prejudicial ao País durante a pandemia de covid-19. “A única coisa que sei é que foi um mês perdido, jogado na lata do lixo”, disse ao Estadão. Seu sucessor, Nelson Teich, pediu demissão do cargo menos de um mês após assumir.

A exemplo de Mandetta, Teich deixou o governo após confrontos com o presidente Jair Bolsonaro sobre a melhor estratégia de combate à pandemia do novo coronavírus.

Para o ex-ministro, que ocupou o cargo de janeiro do ano passado até abril deste ano, ainda não é possível fazer um prognóstico sobre como ficará o combate à doença, que matou quase 14 mil pessoas no País até agora. Quando Mandetta foi demitido, o número de óbitos era de 1.736.

“Não dá para falar nada. Não sei quem vai ser o novo ministro. O momento é de oração. Gostaria de dizer para você que estou rezando um terço agora”, afirmou.

Mais cedo, logo após a notícia da demissão de Teich, Mandetta foi ao Twitter desejar “força” ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Teich, que é médico oncologista, participou como consultor da área de saúde da campanha de Bolsonaro e foi indicado ao cargo por associações médicas e pelo secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten.

Na ocasião, o Palácio do Planalto procurava um nome para substituir o então ministro Luiz Henrique Mandetta, com quem Bolsonaro também divergia sobre a melhor estratégia no enfrentamento da pandemia.

Entre os principais pontos de conflito estão a defesa do isolamento social, considerado por especialistas e organizações de saúde do mundo todo como a forma mais eficaz de se evitar a propagação da covid-19. Enquanto os ministros-médicos recomendavam que as pessoas ficassem em casa, Bolsonaro deu diversas declarações defendendo a volta à normalidade.

As demissões de Teich e de Mandetta também se deu após pressão de Bolsonaro para que a pasta alterasse protocolos envolvendo o uso de cloroquina em pacientes da covid-19. Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde – publicada ainda na gestão Mandetta – é a utilização apenas em casos graves e de internação.

Bolsonaro, porém, tem defendido a prescrição ampla da substância, cuja eficácia contra a doença não tem comprovação científica.

Estadão Conteúdo

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